RMG – Jovens e sexualidade: dez pontos de onde repartir

15 março 2024

(ANS – Roma) – Reler as propostas educativas na área da afetividade e da sexualidade não é uma opção possível: é uma urgência inadiável à luz das transformações turbilhonantes destes decênios, que determinaram novos desenvolvimentos na sociedade e na cultura, incidiram profundamente na consciência de gênero, abriram novos cenários antropológicos, mudaram consequentemente o olhar sobre o mundo dos relacionamentos. Disto se falou no grande Encontro «Jovens e sexualidade. Desafios, critérios, percursos educativos», organizado pela Universidade Pontifícia Salesiana (UPS), de Roma, em 1°-3 de março de 2024.

O interesse e a originalidade do que se disse oferecem a deixa para contínuos aprofundamentos, especialmente para quantos estão diretamente envolvidos nas atividades pastorais. De aqui, a ideia de propor uma espécie de vade-mécum, ou agenda, com dez indicações tomadas da grande mole de reflexões, sugestões e propostas oferecidas pelos especialistas no Encontro. Ei-la!

1. A sexualidade humana é um grande mistério do qual é necessário aproximar-se com humildade e com a consciência de que existe sempre uma área que nunca se conseguirá compreender plenamente.

2. As mudanças da cultura afetiva no Ocidente determinaram, entre outros efeitos, uma grande ambivalência. O correto reconhecimento da liberdade individual no instaurar novos laços e o reconhecimento do papel da mulher se contrapõem a realidades como: a diminuição do desejo; a precocidade, frequentemente de alto risco, das experiências; a intrusão das novas tecnologias que têm determinado confusão e ambiguidades.

3. A sexualidade não é um âmbito fechado, sem contatos e sem contaminações, mas se entretece profundamente com a sociedade e a cultura.

4. A relação homem-mulher se deve readaptar, visando iluminar o valor da diferença numa mudada situação social. É forçoso deixar de lado os estereótipos, para fazer ressaltar a unicidade e a especificidade de cada relacionamento.

5. É impossível hoje falar de sexualidade sem considerar toda a problemática do gênero.

6. O corpo possui um papel simbólico-relacional que nunca resulta um dado adquirido de modo permanente; é antes uma caminhada que todo o ser humano é chamado a percorrer.

7. A educação à afetividade não pode não levar em conta dois fenômenos correlatos: a queda do número dos matrimônios e a já consolidada - ainda que problemática – ‘normalidade’ das convivências.

8. Nos processos de crescimento, a definição da identidade de gênero é sempre um processo dinâmico.

9. Os novos desafios da tecnologia. Hoje a tecnologia torna com um click acessíveis conteúdos e experiências que, com frequência, os mui jovens não estão em condições de entender nem administrar.

10. Renovar os percursos educativos como narração do existente, numa perspectiva capaz de valorizar as experiências de cada pessoa.

Luciano Moia

Fonte: Avvenire

InfoANS

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