Um dos aspectos mais significativos da experiência de voluntariado, aponta Nader, é ajudar quem mais precisa, mas sobretudo verificar como a missão muda a vida de quem a pratica. "O Nader que voltou do voluntariado, não é o mesmo que partiu", conta ele.
Como voluntário, ele pôde ver a paixão dos garotos pelo futebol, ao mesmo tempo em que notou os efeitos colaterais da competitividade: brigas, inimizades, frustração nas equipes. "Fiquei surpreso ao ver que eles não jogavam por jogar, mas apenas para ganhar e se enfureciam quando perdiam. Aí notei que essa era a única realidade que eles conheciam".
Foi então que descobriu que, justo naquele esporte, representava uma oportunidade para evangelizar. Primeiro conversou com os meninos, para que pudessem aprender a apreciar o jogo, e depois transmitiu a eles o valor da oração, antes e depois de cada jogo. Ele acredita que essa mudança na mentalidade nos meninos seja um dos legados mais significativos que deixou. "Essas são as coisas que você não imagina; praticar catequese jogando futebol, mas elas realmente acontecem. Nunca imaginei que a ação de evangelizar assumiria um aspecto tão cotidiano em meu serviço como voluntário".
No último dia de sua estadia em Esmeraldas, a comunidade preparou uma festa surpresa de despedida, durante a qual várias crianças vieram abraçá-lo e pedir que ele não voltasse ao seu país. Esse gesto simples, e ao mesmo tempo tão simbólico, foi a prova de todo o amor que ele deu e que "o ano todo foi despendido completamente para eles", como ele mesmo conta.
O que ele fez para ganhar o amor deles? Aplicou os ensinamentos do Sistema Preventivo, ganhando a confiança dos meninos sem punir, mas compartilhando com cada um deles uma "palavra no ouvido".
"Há garotos que parecem gritar por amor, mas eles o fazem por meio do mau comportamento. Há jovens que precisam que oremos por eles e pessoas com as quais é essencial aproximar-se e conversar; o jovem que age mal não precisa de repreensões ... Precisa de um abraço", conclui Nader.
De volta ao Uruguai, Nader planeja seu futuro. Em fevereiro voltará a lecionar na escola "San Domenico Sávio", em Montevidéu e seus planos são continuar a estudar e usar todo o conhecimento adquirido no Equador em sua vida diária e profissional. Ele diz que a distância da comunidade de Esmeraldas será o seu impulso para dar um sentido missionário a cada uma das atividades. "A missão diária é a mais complicada".
E, aos jovens que se sentem atraídos por esta opção de vida, ele sugere que se dirijam aos locais de missão com a tarefa fundamental de amar os destinatários e cada uma das atividades que praticarão: "tendo o melhor exemplo de Jesus, que deu sua vida por nós, não pode ser difícil, para nós, amar pelo menos um pouco".
Equador - Nader Torena, voluntário: "Encontrei Jesus em meu trabalho com crianças e jovens"
(ANS - Esmeraldas) - Durante seu ano de voluntariado internacional no Equador, o jovem uruguaio Nader Torena trabalhou como professor e catequista, mas acima de tudo tornou-se amigo de centenas de crianças e jovens com os quais trabalhou diariamente na cidade de Esmeraldas. Ali, ele podia sentir a presença viva de Jesus e entender por que Deus o havia enviado àquele lugar.
Nos últimos meses, a casa deste jovem uruguaio foi a comunidade "San Filippo Neri", localizada em um dos setores mais pobres da cidade. Naquele lugar, são identificadas as necessidades mais urgentes das pessoas, mas o trabalho dos salesianos e voluntários como Nader, também proporcionam uma esperança de futuro melhor às famílias, pela certeza de que seus filhos poderão estudar e ter uma profissão.
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