Uruguai – Virginia Mallarini: "A riqueza está no encontro e no compromisso"

(ANS - Montevidéu) – Virginia Mallarini, jovem de 26 anos, de Montevidéu, faz parte do Serviço de Voluntariado Missionário Salesiano (VMS). Atualmente estuda biologia e trabalha como animadora. Fala-nos nesta entrevista sobre algo que Deus plantou em sua vida e que emergiu com força durante sua missão no centro "Cottolengo", de Montevidéu, onde se oferece alojamento e espaços de socialização, recreação e reabilitação para meninas, adolescentes e mulheres com deficiência.

Por que você decidiu participar da missão Cottolengo?

Havia já algum tempo que estava com vontade de participar da experiência "Shemà", mas não tinha tido ainda a oportunidade. Durante a Semana Santa sempre busco algo que me ajude a viver mais profundamente e, no ano passado, a missão se dava exatamente nesses Dias santos. Sabia que era no "Cottolengo" e isso me assustava, porque minha irmã ficou realmente impactada por aquela experiência.

Como foi a missão?

As pessoas do Cottolengo se aproximam de você, perguntam... Tudo é novo. O primeiro dia foi como um terremoto que arrasou todos os medos que eu tinha e me permitiu construir novas perspectivas sobre minha vida... Eu tinha muitas perguntas e, em vendo a situação de tantas pessoas, me perguntava: onde fica a dignidade das pessoas?

Essa realidade tocou você?

Sim. Achamos que precisamos de muitas coisas para sermos felizes. E quando encontramos vidas doentes e abandonadas, pessoas necessitadas..., percebemos que o caminho não passa por onde pensávamos.

Foi realmente uma descoberta ou você encontrou algo que já estava em você?

Eu sinto que algo surgiu dentro de mim. Deus semeia e, de repente, algo floresce. Através daqueles medos interiores Deus estava a me pedir alguma coisa mais, algo que tem nome: servir, acompanhar.

Você continuou frequentando o Cottolengo quando a experiência acabou?

Assim que a missão terminou, eu e os outros voluntários nos entreolhamos: e soubemos que logo estaríamos de volta. Foi então que encontrei algo que completou a minha vida a serviço dos outros. A ideia era que a iniciativa tivesse raízes fortes, não fosse guiada pelo egoísmo de se sentir bem. O principal ponto em que concordamos foi a necessidade de criar, nas meninas e nas mulheres, a sensação de terem alguém, de não se sentirem abandonadas pelas famílias e amigos que costumam visitá-las uma vez e... nunca mais. Nossa vida deveria ser ‘estar com elas’.

O que você faz durante suas visitas ao Cottolengo?

Criamos laços estreitos com algumas delas. Há 200 pessoas ali. Todas estão fazendo amigos. São momentos de diálogo, de compartilhamento. A riqueza está no encontro e no compromisso, na compartilha dos dois mundos: o nosso e o delas.

InfoANS

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