França – Voluntariado Salesiano em Calais: “Atravessar as fronteiras” e “Despertar, em si, a humanidade”

30 julho 2024

(ANS – Calais) – De 6 a 20 de julho, em Calais e Guines, foi realizada uma nova edição da iniciativa salesiana de voluntariado de verão entre os refugiados acolhidos no local. A iniciativa, promovida pela ONG salesiana VIDES (Voluntariado Internacional de Desenvolvimento e Educação Social), reuniu jovens e vários membros da Família Salesiana, juntamente com os operadores da organização ‘Secours Catholiques’.

“Esta experiência nos deu a oportunidade de conhecer pessoas exiladas dos seus países, de conhecer a realidade das suas vidas, de ouvi-las, de ajudá-las e de sentir empatia e compaixão por elas”, explicou Marie, uma das voluntárias.

A Equipe intergeracional era composta por membros da comissão diretiva do VIDES, três Salesianos Cooperadores, um membro da equipe educativa do Conjunto  escolar ‘Saint-Jean-Bosco’, de Guines e diversos voluntários – incluindo a Ir. Nathalie, missionária congolesa que veio acompanhada por uma jovem síria muçulmana que havia sido acolhida na comunidade das FMA, de Bruges. Todos tinham um objetivo comum: ajudar os refugiados que encontravam.

No primeiro domingo, após a celebração da S. Missa na igreja de Guines, os membros da expedição tiveram a oportunidade de participar de um jogo de denominado “A Jornada do Migrante”, conduzido por Pierre-Jean Allard, que veio especificamente para apresentá-los à realidade da migração. “Todos os conceitos relativos à condição e história dos migrantes foram abordados num jogo RPG (jogo de interpretação de papéis) - muito realista sobre imigração”, disse Claire, outra voluntária.

Além disso, todas as manhãs havia um momento de oração, seguido de uma formação (sobre pedagogia salesiana, choque intercultural, situação dos migrantes e refugiados) e uma manhã de caminhadas ecoespirituais na Côte d'Opale, baseadas em meditações inspiradas da «Laudato Si'» , do Papa Francisco. A Ir. Annécie Audate, Diretora Geral do VIDES Internacional, compartilhou por vídeo as questões, convicções e desafios da organização no voluntariado para migrantes.

“Mas quando chegou a minha vez de ir ao encontro dos refugiados nos campos, foi um choque total. Eu não podia acreditar. Fiquei chocada e com raiva, porque era inimaginável que pessoas e crianças fossem submetidas a tal atrocidade, e eu disse a mim mesma: “Esta é a realidade!” E o que me comoveu ainda mais foi a minha impotência! Fiquei ainda mais... furiosa; e repetia para mim mesma: “ Por quê? ”, conta a Ir. Alessandra.

Para apoiar os voluntários em seu serviço, o P. Daniel Federspiel, Superior dos Salesianos de Dom Bosco, da França e do sul da Bélgica (FRB), juntou-se a eles e fez muito sucesso com seus truques de prestidigitação e espetáculos de fantoches, que depois compartilharam com os refugiados acompanhados pelo ‘Secours Catholiques’, em Calais.

“Encontrar-se frente a frente com a Equipe do Secours Catholiques, testemunhar seu trabalho, ouvir sobre as situações, às vezes terríveis, que eles enfrentam e, ao mesmo tempo, ver a alegria no rosto das pessoas quando apresentamos um show de fantoches, ou admirar as crianças dançando e brincando conosco segurando nossas mãos, foi tocante, bonito e nos deu uma fé renovada na humanidade! Esperamos o melhor para eles, apesar das tragédias que ainda correm o risco de sofrer. E esperamos que, ao passar um tempo com eles, oferecendo-lhes um pouco de alegria, tenhamos conseguido ajudá-los a superar, por um tempo, os tempos difíceis” – testemunhou Cendre.

O que esse acampamento pode oferecer aos jovens? Seguem alguns relatos de voluntários:

“Os jovens envolvidos podem conhecer os migrantes de perto e desenvolver maior compaixão, solidariedade e espírito fraterno. Dessa forma, eles podem mudar a mentalidade e ajudar a abrir, ou reabrir, os corações. Em contato direto com as possibilidades e dificuldades no local, eles podem desenvolver sua visão e propor iniciativas que possam ajudar. O número de migrantes é muito alto, e continuará a sê-lo, dado o contexto atual; por isso é urgente que unamos forças para que todos se sintam envolvidos no sofrimento dos migrantes e possam, em seu próprio nível e de acordo com suas possibilidades, contribuir para melhorar a sua sorte deles”, diz Hélène.

Fonte : Don Bosco Aujourd’hui

InfoANS

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