O P. Sala apresentou a sua conferência “a partir do empenho da Igreja mais por colaborar para a felicidade dos jovens do que por tentar apoderar-se da sua Fé”.
Sobre a secularização no contexto europeu, o Salesiano fez referência à ‘pastoralidade’, entendida como a ligação entre os destinatários da mensagem e a ação de Deus através da Sua igreja. O nosso tempo, disse a seguir, se caracteriza por quatro aspectos: nostalgia espiritual, porque “a busca do sentido da vida em nível espiritual é viva e a Fé pode ser uma autêntica resposta a essa nostalgia”; paralisia no processo decisório, visto que “parece só se possam tomar decisões de pequena envergadura”; incerteza perante o que é verdadeiro, “pelo que só a contemplação pode sobreviver ao bombardeio comunicativo”; e desilusão perante as instituições “das quais não se espera nada mais que a custódia dos direitos individuais”.
“Muitos jovens não pedem nada à Igreja – explicou P. Sala – . Só pedem que os deixem em paz, não sejam incomodados”. Em seguida também se referiu à ’opinião dos jovens sobre a Igreja: “Uma instituição que deveria brilhar pela sua honestidade”.
Outro ponto crítico: “A passividade dos jovens na Igreja porque com frequência eles se sentem não apreciados, mas usados”. Mais um: “A incapacidade que tem a Igreja de acompanhar o ritmo do mundo contemporâneo”. Os jovens pedem uma Igreja de escuta e atenção, “que passe da humilhação à humildade, do individualismo à comunhão, da exterioridade à interioridade; uma Igreja menos institucional, mais relacional, onde se ouça sem julgar”.
O Secretário Especial para o ‘Sínodo sobre os Jovens’ considerou também importante a presença nas redes sociais. Concluiu sua explanação sublinhando – como um desafio para a Igreja – “a necessidade de adquirir um renovado dinamismo juvenil”.