O encontro na catedral de Rabat foi apenas um dos muitos momentos significativos da viagem apostólica do Papa ao Marrocos: uma viagem de apenas dois dias, mas repleta de gestos e discursos.
Visitando o Mausoléu dedicado a Moahammed V, o Santo Padre escreveu: "Invoco o Deus Todo Poderoso para a prosperidade do Reino de Marrocos, pedindo-lhe que aumente a fraternidade e solidariedade entre cristãos e muçulmanos!"
Ainda imbuído pelo mesmo espírito, em seguida, o papa Francisco relançou, junto ao rei Mohammed VI, seu apelo para que seja reconhecido o particular caráter multirreligioso de Jerusalém.
Então, em outro gesto, sem precedentes para um Pontífice, ele visitou um instituto de formação de imãs, solicitado pelo monarca para promover a disseminação de um Islã tolerante e moderado.
Entre os encontros mais comoventes da viagem, pode-se citar aquele com os migrantes acolhidos pela Caritas diocesana de Rabat. O Papa Francisco explicou: "O que está em jogo é a face que queremos dar a nós mesmos como sociedade e valor de cada vida... Não podemos esquecer que o progresso de nossos povos não pode ser medido apenas pelo desenvolvimento tecnológico ou econômico. Ele depende, acima de tudo, da capacidade de deixar-se comover por quem bate à porta e, com o olhar, desacredita os falsos ídolos que hipotecam e escravizam a vida”.
Ontem, presidindo a Missa mais lotada já celebrada no país, no complexo esportivo "Príncipe Moulay Abdellah", ele mais uma vez recordou o valor da fraternidade, inspirando-se na parábola do Filho Pródigo. "Em vez de nos classificarmos com base na condição moral, social, étnica ou religiosa, podemos reconhecer que existe outra condição, que não pode ser apagada ou aniquilada por ninguém, uma vez que se trata de um presente puro: a condição de filhos amados, esperados e celebrados pelo Pai".
Comentando a viagem apostólica, o arcebispo de Rabat, o salesiano dom Cristóbal Lopez Romero, sublinhou a profundidade e a qualidade dos discursos proferidos durante a visita: "São mensagens válidas, não apenas para o Marrocos, mas para todo o mundo e para a Igreja universal".