Na paróquia, o padre Ponce De León, acompanhado por um grupo de voluntários, oferece comida e abrigo mas, sobretudo, momentos de partilha, para pessoas sozinhas e em dificuldade, que muitas vezes vivem nas ruas.
O salesiano sabe como se relacionar com os necessitados que encontra: "Quando encontramos alguém deitado na rua por causa de sua embriaguez, ou por causa de seu vício em drogas, devemos lembrar que ele é uma pessoa, não uma coisa. Ele é uma pessoa e, portanto, tem algo a nos oferecer. Ele é uma pessoa e pode nos ajudar, na medida em que somos capazes de honrá-lo como pessoa".
Ele continua: "Ele é uma pessoa e temos de aprender a respeitá-la, partindo do princípio de que a porta do coração daquele ser humano pode ser aberta a partir do interior, e não com arrogância. E não devemos exigir mudanças externas, mas esperar a grande mudança que faça alguém sorrir, porque a partir daquele momento ele pode se reconhecer como pessoa".
É somente a partir desta perspectiva que se pode entender o significado da "Mesa Compartilhada", que não é um refeitório ou uma mesa para os pobres. "'Mesa Compartilhada' não é apenas um nome. Os elementos centrais de nossa atividade são as pessoas que se sentam conosco à mesa três vezes por semana. Conhecemos os nomes uns dos outros, acessamos os trechos de sua história que nos permitem conhecer. E respeitamos cada uma de suas decisões, mesmo que às vezes não compartilhemos delas".
Manter por anos uma atividade que se baseia apenas em solidariedade generosa não é fácil, e muitas vezes alvo de críticas. Mas o padre Ponce De León responde que "de dentro podemos ver e apreciar os simples resultados" desta iniciativa.
Como pastor e por sua dedicação àqueles que têm menos, este ano a Administração Departamental de Soriano, apresentou a candidatura do padre Ponce de León, ao "Prêmio Nacional pela Excelência Cidadã", prêmio que o salesiano ganhou e retirou no dia 12 de setembro, em um ato oficial tido em Montevidéu.