Num dia em que as atividades da manhã previram uma visita aos Lugares Santos Salesianos do Colle Don Bosco, onde João Bosco nasceu e começou a formar caráter e inclinações, a opção por dedicar a parte da tarde à santidade laical fez com que, em apenas poucas horas, fosse feito um percurso das origens da santidade salesiana até a alguns dos seus mais recentes frutos.
Como, p. ex., Akash Bashir, Ex-Aluno de Dom Bosco e primeiro Servo de Deus paquistanês, que foi capaz de testemunhar uma caridade sem limites na época dos atentados suicidas e de, literalmente, abraçar um agressor prestes a realizar um massacre, com a consciência de quem diz: “Posso morrer, mas não vou deixá-lo entrar na igreja”.
A vida do indígena Simão, da etnia Bororo, em Merúri, interior do Brasil, por sua vez, transcorria no cotidiano do serviço atencioso e generoso. Pedreiro, herborista e catequista, tinha uma santidade acessível, feita de pequenos gestos para com todos, chegando ao ponto de doar a vida em auxílio do missionário salesiano P. Rudolf Lunkenbein, atingido â bala por invasores dos territórios indígenas. Com seu gesto, selou para sempre, no sangue, o vínculo entre os salesianos e os indígenas daquelas terras.
De outro tipo é santidade de Vera Grita, moldada desde cedo pela pobreza, pela distância da família e pela doença. Contudo, animada por um espírito generoso e otimista, soube viver o carisma salesiano na dedicação educativa às crianças, em particular àquelas “das periferias” e, depois de uma vida de profunda devoção a Jesus Eucaristia, recebeu do Senhor, em aparição, a incumbência de constituir a Obra dos Tabernáculos Vivos - grupos de fiéis que colocam Jesus Eucaristia no centro de suas vidas e o carregam e doam em suas próprias vidas cotidianas.
O último depoimento abordou a menos conhecida figura de Alexandre Planas, “o surdo dos frades”, como era conhecido em Vicenç dels Horts, Espanha. Marcado desde o nascimento por graves deficiências físicas, durante 28 anos foi praticamente o único guardião do carisma salesiano difundido naquela cidade, oferecendo a todos o exemplo de uma vida pobre, de oração e de dedicação ao próximo. Morreu como mártir durante a Guerra Civil, por nunca ter negado nem a Cruz nem a defesa de “sua” Casa. “Poderíamos considerá-lo o patrono das Obras salesianas sem comunidades”, comentou, ao apresentá-lo, o P. Joan Lluís Playà, Delegado Central do Reitor-Mor para o Secretariado da FS.
A caminhada da santidade leiga salesiana terminou com o retorno às raízes, a Capriglio, cidade natal de Mamãe Margarida. Também a Mãe de Dom Bosco ganhou uma apresentação de sua figura, feita por Diego Occhiena, promotor de sua Causa - e parente distante - na igreja de São Martinho, onde a Venerável foi batizada. Três aspectos fundamentais foram destacados pela palestrante: a santidade vivida no seio da Igreja – como mulher de oração e educadora da Fé dos seus filhos; a santidade cotidiana – por meio do serviço diligente, como esposa laboriosa e mãe; e a santidade missionária - materializada no serviço materno e carinhoso, acompanhando o filho até Valdocco.
Também houve uma homenagem emocionante à Mamãe Margarida, a poucos metros de distância, naquela que já foi a uma Escola de Dom Bosco. Ali, depois dos discursos de rito e a bênção - oficiada pelo P. Pierluigi Cameroni, Postulador Geral - o Prefeito de Capriglio, ladeado pelos Prefeitos dos Municípios vizinhos, inaugurou o novo Museu dedicado à Venerável. São diversos andares de ambientes e salas que reúnem fatos sobre a vida de Mamãe Margarida e do Santo da Juventude, além de mostrar outras figuras de santidade e tradições da mesma região.
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