Portugal – Vigília da JMJ. O Papa aos jovens: a alegria é missionária, levem-na aos outros

06 agosto 2023
Foto: © Vatican News

(ANS – Lisboa) – Na vida, há que caminhar sempre e, se cairmos, precisamos de ajuda para nos levantar. É um treino constante, porque nada no mundo se nos dá de graça, a não ser o amor de Jesus: esta é a tarefa que o Papa Francisco confia aos muitos jovens - cerca de um milhão e meio - que lotaram o grandioso Parque Tejo, em Lisboa, e que começaram, logo no final da manhã, a chegar, munidos de colchonetes, sacos de dormir, mantas térmicas e barracas, para a Vigília da JMJ, penúltimo ato de uma semana de encontros em solo português.

Eles vieram ao "Campo da Graça", após cerca de 10 quilômetros de caminhada, passando pacificamente, mas com alegria, pelas as ruas da Capital.

Antes da chegada do Papa, diante do grande Palco branco - que lembra uma onda branca do mar ou uma grande duna de areia - os jovens se encontraram, se abraçaram, tiraram fotos com a Cruz da JMJ. Por volta das 18h, no rio Trancão, que divide o Parque Tejo em dois, chegaram os símbolos da JMJ, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’, acompanhados por diversas embarcações decoradas. Imperdível o hino da JMJ, “Felizes”, do padre jesuíta Miguel Pedro Melo, com música de Miguel Tapadas. Caças da Força Aérea rasgam o céu anunciando a chegada do Papa ao palco.

Na primeira parte da Vigília, um espetáculo de música e dança contemporânea contou a história de uma jovem que se deixou desafiar por Deus e como isso mudou a sua vida, contagiando todos os que conheceu. Inspirado no lema desta JMJ, “Maria levantou-se e saiu apressadamente” (Lc 1,39), foi traçado um paralelo entre o que se representa e a história de Nossa Senhora. Sob a direção artística de Matilde Trocado, a coreografia representava o desejo de continuar louvando a Deus e servir ao próximo ao voltar para casa. O encontro, encenado na primeira parte da Vigília, tornou-se real e concreto na segunda, com a Adoração do SS. Sacramento.

A programação continuou, então, com dois depoimentos. - O P. Antonio Ribeiro de Matos falou de seu compromisso em levar aos outros a alegria "não passageira" de encontrar Cristo e ser encontrado por Ele. Jesus sempre estivera presente em sua vida: também quando adormeceu ao volante e sofreu um grave acidente de carro. O medo de morrer lhe fez perceber que a vida que vivia "não lhe valia mesmo a pena". Assim, no ano seguinte, em 2019, ingressou no seminário para depois ser ordenado sacerdote. “Na minha fragilidade”, explicou o P. Antonio, “consegui reconhecer o quanto Jesus e a Igreja me amam e caminham comigo; por isso, o desejo de levar esta experiência aos outros cresceu”. - Marta tem 18 anos e vem de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, cenário, há cinco anos, de uma barbárie provocada por grupos armados e extremistas. “Nunca, no meio de tanto sofrimento, perdemos a esperança de que um dia voltaríamos a reconstruir nossas vidas”, disse.

Em seguida, o Papa fez um discurso que logo se tornou um diálogo com os jovens. O Pontífice explica o profundo significado do gesto de Maria, que “se levanta e sai apressadamente” para encontrar a prima, logo após receber o Anúncio do anjo. Nossa Senhora, diz o Papa, “em vez de pensar em si, pensou nos outros”, na prima, porque “a alegria é missionária”: não é só para si, mas para levar algo aos outros, reitera diversas vezes Francisco, pedindo aos jovens que repitam: precisamos levar alegria aos outros, lembrando que os outros também nos prepararam para recebê-la. Estas são as pessoas que trouxeram luz à vida: pais, avós, amigos, sacerdotes, religiosos, catequistas, animadores e professores - continua o Papa Francisco - pedindo aos jovens um momento de silêncio para recordar estas pessoas. São as "raízes da alegria", porque a alegria que se deve levar não deve ser passageira nem momentânea, mas deve "criar raízes". E isso não ocorre quando se está fechado numa biblioteca. É preciso procurá-la e descobri-la no diálogo com os demais.

O Papa também adverte contra o cansaço: às vezes estamos cansados e não temos vontade de fazer nada; não temos vontade de continuar; queremos desistir; então, paramos de caminhar e caímos. Na vida, porém, o fracasso não é o fim. O importante, diz, citando uma canção dos alpinistas, é “não ficar caído", fechando as portas à esperança: a única coisa a fazer é ajudar quem cai a se levantar. O Papa repetiu muitas vezes esta frase, pedindo aos jovens que a completassem, entre aplausos: “O única vez que devemos olhar alguém de cima para baixo é quando devemos ajudá-lo a levantar-se”.

Mas para fazer tudo isso, reitera o Pontífice, é necessário treinamento .... . “Não há nenhum curso para ensinar-nos a caminhar na vida”, diz Francisco; “aprendemos com os nossos pais, aprendemos com os nossos avós, aprendemos com os nossos amigos, de mãos dadas”. O convite do Papa é caminhar com um objetivo e treinar diariamente, todos os dias da vida, porque “nada se recebe de graça: tudo se paga." “Só há uma coisa de graça: o Amor de Jesus”.

Com isso e com vontade de caminhar, o convite aos jovens é: não ter medo; olhar para as próprias raízes; sem medo!

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