A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, representando um desafio sociossanitário. O Chile enfrenta o desafio de uma população cada vez mais idosa, que necessita de cuidados especializados. Prevê-se que, até 2050, mais de 550 mil pessoas no país viverão com alguma forma de demência, das quais a doença de Alzheimer é a mais comum.

Embora não exista uma cura definitiva, a investigação avança na compreensão dos mecanismos subjacentes à doença com uma abordagem integral que considera fatores biológicos, ambientais e de estilo de vida para reduzir o impacto da doença.

“O período que passei no Instituto Salesiano de Valdivia foi muito importante para mim – conta o Dr. Inestrosa – . Eu era de Puerto Montt. Meu pai havia sido transferido e não parecia uma escola confessional. Entrei e encontrei uma situação muito agradável: antes de tudo, tinha uma boa academia. Eu gostava de basquete, jogava no time da escola: não era o melhor; só um dos bons”.

“Nossa casa – continua – ficava a um quarteirão e meio da Escola, então eu podia ir e vir quando quisesse. Tivemos a sorte de contar com o professor Hans, um professor de biologia verdadeiramente notável. Ele nos mostrou alguns cérebros dissecados que tinha, alguns feitos de plástico e outros de animais. Era por isso que a abordagem que tínhamos da biologia era muito próxima e real. Não nos limitávamos à leitura de livros; também observávamos como era o cérebro e os músculos. Todos nós ainda nos lembramos do professor Hans.

“Depois, entrei para a medicina na Universidade do Chile. No terceiro ano mudei para a Universidade Católica, onde lecionava o professor Luco, vencedor do prêmio nacional e pai da neurofisiologia. Isso me fez decidir ficar, terminar a graduação e o doutorado ali. Depois, fiz um pós-doutorado nos Estados Unidos e, quando voltei, comecei a trabalhar numa área em que não havia pesquisadores no Chile: Alzheimer”.

Como especialista no setor, o ex-aluno salesiano observa que o apoio emocional e a assistência adequada são fatores essenciais para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença. E comenta que “embora não exista uma solução definitiva, existem formas de reduzir o seu impacto”.

Quanto às causas, afirma: “99,9% dos Alzheimer registrados não são genéticos. A realidade é que existem outros fatores que determinam o aparecimento da doença. Têm a ver com alimentação, níveis elevados de colesterol, porque o excesso de carnes e embutidos promove problemas circulatórios e provoca a acumulação de gorduras nas artérias do coração. Além, obviamente, do excesso de pães, sobremesas e massas em geral."

A síndrome metabólica é um conjunto de cinco fatores que, segundo o Dr. Inestrosa, aumentam o risco de desenvolver a doença de Alzheimer. São eles: hipertensão, níveis elevados de açúcar no sangue, excesso de gordura abdominal, níveis baixos de colesterol “bom”, níveis elevados de triglicerídeos. Se estas condições fossem melhor controladas, “o número de pessoas afetadas pela doença de Alzheimer seria muito menor”.

O Dr. Inestrosa, portanto, enfatiza a importância de um estilo de vida saudável e seu impacto na prevenção: "Muito pode ser feito na luta contra o Alzheimer seguindo uma boa dieta, fazendo exercícios, abandonando o cigarro e esquecendo o álcool. Se você quiser se preparar, precisa estar fisicamente em forma, caso contrário, perderá músculos e força corporal".

A doença de Alzheimer continua a ser um dos maiores desafios médicos e sociais do nosso tempo e, embora seja útil compreender suas causas e saber como preveni-la, ninguém está totalmente preparado para enfrentar esta realidade. Enquanto isso, as pesquisas avançam e, enquanto pessoas comprometidas e bem preparadas, como o Dr. Inestrosa, continuarem a estudar e a se dedicar ao tema, ainda há esperança de que o Alzheimer possa ser totalmente derrotado no futuro.

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