Itália – Como dar esperança aos jovens: entrevista com o P. Domenico Ricca

(ANS – Turim) – O P. Domenico (Domingos) Ricca, salesiano, é o capelão do Instituto penal para Menores “Ferrante Aporti”, de Turim. Desempenhou numerosos encargos nacionais e regionais em favor dos menores mais frágeis. É Presidente da Associação “Amigos de Dom Bosco” e Conselheiro Eclesiástico das ACLI, da Província de Turim. Reportamos a seguir um estrato da sua entrevista concedida a “La Voce e il Tempo” (A Voz e o Tempo).

A pandemia descerrou fragilidades novas também nos jovens mais “afortunados” e não são poucos os que afirmam que serão as novas gerações a pagar o preço mais alto por tudo isso. Compartilha a análise?

Se há uma categoria de pessoas sobre as quais nunca se deveria generalizar é exatamente a dos jovens. Hoje mostram orgulhosos a gaze no braço: são jovens e adolescentes que não pensam somente em férias, em liberdade. Escolhem a vacina para reencontrar a normalidade, voltar às aulas, vencer o pesadelo do ensino a distância, retomar as atividades esportivas; também para voltar a viver em segurança sua universidade ou seu trabalho.

Que deve fazer o mundo dos adultos para ajudar os jovens a olhar para além do Covid-19 e projetar o futuro?

Aqui o tema remete a que tipo de comunicação se deva enxertar entre adultos e jovens. Nós, adultos, estamos ainda por demais amarrados à comunicação feita de lindas palavras, cheia de “veja lá!”. Mas, pergunto: já não chegou a hora de começar a sinalizar possíveis itinerários de encontro? È que todos já experimentamos a riqueza de um encontro prolongado, sem pressa, não olhando para o relógio, mas transmitindo a verdadeira sensação de se estar ali somente para eles. Há necessidade de partilhar experiências. É o que escrevia Dom Bosco, em 1884, de Roma, numa carta enviada aos seus salesianos de Turim-Valdocco: Não basta que os jovens sejam amados: eles devem sentir que são amados!”. Com isso os convidava a estar no meio dos jovens, a jogar com eles, a acompanhá-los em cada sua atividade, a praticar a proximidade…

Qual é o papel da Pastoral Juvenil (PJ) das nossas Dioceses?

A PJ tem grandes oportunidades: trata-se de educadores e sacerdotes jovens que estão no meio dos rapazes. Favorece-os a proximidade de idade, as tantas ocasiões [também as de verão: Colônias de férias (‘Verão jovens’ ou ‘Estate Ragazzi’) ]: acampamentos, encontros-escola, oratórios abertos e acolhedores para além da cor da pele e da pertença religiosa. Entretanto, também aqui – mas quem sou eu para ensinar aos outros? – parece óbvio que estas ocasiões de encontro devem ser aproveitadas AO MÁXIMO, sem temores; e vivê-las com júbilo: porque, se os jovens percebem que nós acreditamos, nunca serão expectadores...

Como podemos ajudar os nossos jovens a imaginar o seu amanhã?

A pandemia nos mostrou quanta necessidade haja de responsabilidade. Do eu responsável e solidário, do eu que reconhece o destino comum dos seres humanos. O desenvolvimento integral da pessoa se enriqueceu de ulteriores implicações e coerências, ligadas também ao irrenunciável princípio da igual dignidade e igualdade. A pessoa é mais do que o indivíduo: é um eu plenamente realizado. Vive no ‘nós’, procura o ‘nós’. Sentimos que cresce a vontade de reiniciar, de repartir: e o motor é realmente confiar que nós podemos nos melhorar.

InfoANS

ANS - “Agência iNfo Salesiana” - é um periódico plurissemanal telemático, órgão de comunicação da Congregação Salesiana, inscrito no Registro da Imprensa do Tribunal de Roma, n. 153/2007. 

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