O que o deixa feliz como salesiano missionário “ad gentes” na África?
Estou feliz, em primeiro lugar, porque a Exortação Apostólica Pós-sinodal ‘Ecclesia in Africa’, de São João Paulo II, entrou na minha vida. Admito que, quanto mais lia e meditava, mais entendia que minha vida era e é para a África. Por isso, como missionário salesiano ‘ad gentes’ na África, encontrei a minha verdadeira casa, o lugar onde posso levar a paz de Cristo, nossa esperança; e com Dom Bosco reafirmo a minha predileção pelos jovens "pobres, abandonados e em perigo", que têm grande necessidade de bons samaritanos que lhes venham em auxílio.
O que você aprendeu em 12 anos com os jovens cristãos africanos?
Acredito que aprendi muitas coisas com eles: seu compromisso, seu sacrifício, sua felicidade, mesmo quando enfrentam muitas dificuldades. Eles sempre mantêm esperança e otimismo, porque nunca perdem a esperança em Deus.
Hoje você é Mestre dos Pré-noviços. Como foi ser nomeado para isso?
Em 2017 o Superior da ZMB pediu a minha disponibilidade e, mesmo estando em dúvida se aceitava ou não, acabei aceitando. Desde 2018, estou em Lilongwe e descobri que minha maior alegria é sentir-me bem-vindo. Com a ajuda de Deus, por meio da comunidade, iniciamos bem o pré-noviciado; e posso dizer que estou muito confiante e feliz em compartilhar a minha vida religiosa com os pré-noviços: amo o que faço e o faço de coração. Sempre acreditei que o que Deus começa Deus também concretiza: eu sou apenas um instrumento em suas mãos.
Quais foram os desafios que precisou superar como missionário ‘ad gentes’?
Foram muitos: cultura, comida, língua... Contudo, para mim, o mais difícil foi a mentalidade das pessoas. No começo eu nem sabia onde ficava a Visitadoria ZMB... E me perguntava: "Como sobreviverei?". Mais tarde, entretanto, lembrei-me das palavras do então Conselheiro Geral para as Missões, P. Václav Klement: “Sem amor não podemos fazer nada; mas se há amor em nós, tudo se torna possível”.
Hoje, acredito que foi o amor que me ajudou a enfrentar e a vencer os desafios até aqui. Por isso, confiei todos os meus desafios a Cristo Jesus, para trilhar os novos caminhos que Ele me mostrar.