O que o levou a fazer-se salesiano?
Na origem de todo o chamado está Deus, que aprendi a conhecer por meio de tantas pessoas: meus pais, as Filhas de Maria Auxiliadora, os Salesianos e os sacerdotes da minha paróquia. Certamente o fato de sempre ter frequentado os círculos salesianos influenciou minha resposta ao chamado do Senhor.
Alguns fatores foram importantes em minha caminhada: a Eucaristia cotidiana, a oração dos salmos, especialmente os louvores, a confissão quinzenal, um diretor espiritual permanente, a animação oratoriana, a meditação, o estudo e a leitura pessoal, frequentar ambientes e experiências “saudáveis” e estimulantes.
O que o senhor traz da experiência do CG28?
Ressalto que tive o dom de participar dos dois Capítulos Gerais anteriores, ambos experiências enriquecedoras. Mas a experiência do GC28 foi única, porque fui escolhido para Regulador, função na qual é preciso levar em conta muitos detalhes... A singularidade do CG28, então, foi ter sido celebrado em Valdocco. Pessoalmente, foi-me uma experiência de grande comunhão com todos os coirmãos.
Outro elemento que guardo é o relativo ao tema. As três articulações - presença entre os jovens, perfil do salesiano, missão e formação compartilhadas com os leigos - traçam a figura do salesiano para os jovens de hoje: um tema decisivo.
Por fim, a singularidade de um Capítulo que sofreu profundas transformações devido à pandemia, nos leva a um questionamento. O que significou um Capítulo celebrado desta forma? Acho que precisamos nos perguntar o que Deus quis-nos dizer e o que Ele ainda está a nos dizer no evoluir dos trabalhos.
O senhor pode descrever melhor o trabalho do Secretário do Conselho Geral?
O Secretário Geral participa das reuniões e da vida do Conselho Geral. Elabora e mantém as atas das reuniões e o contato com as várias Inspetorias. Quase diariamente, como Secretário, tenho contato com os Secretários Inspetoriais e também com os Inspetores, para acompanhá-los em seu serviço de governo. Acompanho a preparação e edição dos documentos oficiais da Congregação, as estatísticas das casas e dos coirmãos, as nomeações, a abertura e o encerramento das casas e/ou obras, a preparação das reuniões do Conselho... Enfim, os diversos aspectos da administração, ordinária e extraordinária, da vida da Congregação. É uma tarefa que nos permite conhecer a realidade das diferentes Inspetorias e da missão que realizamos no mundo.
De que maneira o seu serviço ao Conselho Geral se torna um serviço aos jovens?
Gosto de retomar uma expressão da recente Encíclica do Papa Francisco «Fratelli tutti», que destaca meridianamente esta relação: “É caridade acompanhar uma pessoa que sofre, mas é caridade também tudo o que se realiza – mesmo sem ter contato direto com essa pessoa – para modificar as condições sociais que provocam o seu sofrimento. Alguém ajuda um idoso a atravessar um rio, e isto é caridade primorosa; mas o político constrói-lhe uma ponte, e isto também é caridade. É caridade se alguém ajuda outra pessoa fornecendo-lhe comida, mas o político cria-lhe um emprego, exercendo uma forma sublime de caridade que enobrece a sua ação política” (FT 186). Se substituirmos a palavra “missão” pela palavra “caridade”, compreenderemos assaz bem a relação que existe entre aqueles que estão em contato mais direto com os jovens e aqueles que estão menos.