Marta tem 33 anos, vive no bairro romano de Centocelle com o marido, Nicola, e os seus quatro filhos pequenos, crianças da Escola elementar e do Jardim de Infância. Uma família a sua nascida no oratório romano de 'Borgo Ragazzi Don Bosco'”. Agora que também os oratórios estão vazios, é em casa que se pode, no sentido mais profundo do termo, “animar”: amando e educando.
“Sempre concebemos a nossa família como estar abertos à vida, que não quer só dizer acolher os filhos que Deus ‘lhe’ doa mas também abrir-se aos outros” – afirma a Marta. Hoje o desafio cotidiano é viver a pandemia em casa e explicar tudo isso às crianças: “Cotidianamente nos perguntamos como conseguir viver esta conjuntura ‘com’ os nossos filhos. Queremos zelar intensamente pelos nossos filhos, cuidando de tudo: corpo, emoções, espírito… Zelar quer dizer tudo: proteger, mas também conceder os justos espaços; compreender seu filho e valorizar o tempo à disposição. Zelar hoje significa tutelar a sua saúde e, portanto, não sair de casa, não expô-los a riscos inúteis”.
Zelar, entretanto, quer dizer também doar alguma coisa. “Estamos buscando valorizar este tempo ‘com eles’, longe do corre-corre diário, dos encargos, dos encontros. O relacionamento de crescimento com eles agora quer dizer crescimento e jogo, responsabilização e escuta”.
“Os miúdos são quatro. Cada qual – explica Marta – deve ter os seus espaços: e é importante achar um justo equilíbrio durante o dia… O fato de sermos seis é um elemento positivo: para mim, uma sorte. Uma família numerosa é uma oportunidade: dela nos aproveitamos juntos”.
É claro que nesta fase para apoiar psicologicamente as crianças há que haver proximidade. Manter alto o moral: “animar”! Exatamente como no oratório: “Este é um grande recurso: fizemos um acampamento e um piquenique em casa” – diz sorrindo.
As crianças agora desejam mais do que nunca ter um contato com os amigos, os parentes, as professoras. Nesse sentido o uso da tecnologia é fundamental. “Eles normalmente não usam muito tais instrumentos… Agora entretanto eles têm as aulas em conferência, e isto é importante! Tecnologia não é somente olhar a televisão ou jogar com tablete; e agora podemos fazer compreender isso ainda mais às crianças. Assim conseguiremos fazer com que elas se sintam mais próximas das suas pessoas queridas”.
O importante, em todo o caso, é adotar uma justa abordagem. Como bem escreveu Marta em sua página Facebook: “Eles não estão confinados em casa: estão... protegidos. É preciso mudar de enfoque”.