Itália – Famintos pelo futuro e preocupados com o presente: a fotografia da pesquisa do Observatório IUSVE “Jovens e futuro” - IPSOS sobre os jovens italianos

31 janeiro 2025

(ANS – Veneza) – Eles anseiam pelo futuro, desejam contribuir ativamente para criá-lo, mas, ao mesmo tempo, não escondem as dificuldades do presente. Este é um dos principais "retratos" que emergem de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Estatística – Ipsos, em colaboração com o Observatório "Jovens e Futuro", promovido pelo Instituto Universitário Salesiano, de Veneza, (IUSVE), envolvendo uma amostra representativa de 2.000 jovens italianos, com idade entre 16 e 26 anos. Por ocasião da Festa de São João Bosco, Pai e Mestre da Juventude, os dados foram divulgados.

63% dos entrevistados afirmaram estar "otimistas" ou "razoavelmente otimistas" com o futuro; mas 37% é "pessimista": um sinal de alerta, pois, este. Os pilares para lidar com este problema permanecem sendo a "família" (51% das respostas) e a "vida amorosa e emocional" (46% das respostas). O medo de "não atingir meus objetivos de vida", é a resposta mais frequente, com 43% das respostas, seguida por "não ter um emprego que me permita ser economicamente independente", com 42%.

Os resultados são mistos, variando entre o desejo de testar-se e a consciência dos obstáculos a serem vencidos. Cerca de 66% dos entrevistados afirmam que sua vida real está (muito ou razoavelmente) distante da vida ideal, o que resulta num conjunto de expectativas frustradas que seria inútil ignorar. Por outro lado, 61% se declaram determinados, 59% confiantes, 58% aptos a se adaptar às circunstâncias, 52% contentes e 51% otimistas.

Esses mesmos dados indicam que uma grande parte dos jovens sofre mais com a sensação de estarem em maior dificuldade e terem menos recursos para lidar com isso. Nessa situação, porém, não há espaço para autopiedade ou para aquela fraqueza de vontade frequentemente atribuída de forma estereotipada aos jovens italianos.

Embora 56% dos entrevistados de 16 a 26 anos acreditem que os jovens de hoje têm "mais problemas" do que os do passado (em comparação com 33% que veem "os mesmos problemas" e 11% "menos problemas" ao compararem gerações), a parcela dos que veem mais oportunidades (42%) e menos oportunidades (43%) é quase idêntica. Além disso, 40% dos jovens entrevistados acreditam que terão uma situação melhor no futuro (economicamente, em termos de renda e trabalho) do que seus pais, em comparação com 18% que acham que será pior e 27% que acham que será igual.

Certamente, os jovens italianos não querem perder o encontro com o futuro e com as macrotendências que são tema dos principais debates hoje. Em primeiro lugar, mostram-se atualizados sobre os principais vetores de mudança: por exemplo, 75% dos entrevistados indicam conhecer “bem” ou “razoavelmente bem” o conceito de sustentabilidade e 60% acham que conseguem contribuir para uma maior sustentabilidade. As principais barreiras à sustentabilidade, segundo os entrevistados, são sobretudo a “falta de educação e formação dos cidadãos” (25%) e o desinteresse dos cidadãos pelas políticas de sustentabilidade (25%). Neste contexto, a maioria dos jovens entre 16 e 26 anos (48%) considera que o impacto da transição ecológica no mundo do trabalho será positivo e 68% registram interesse em trabalhar no setor da sustentabilidade (“muito” ou bastante”).

Há, no entanto, a necessidade de habilidades mais adequadas, uma vez que 47% dos jovens entrevistados pela pesquisa reconhecem a adequação das ofertas educacionais atuais, em oposição a 42% que registram considerações contrárias. Se passarmos do nível da sustentabilidade para a outra grande macrotendência que está sendo debatida atualmente, a da Inteligência Artificial, as representações não mudam. 59% acham que ela terá um impacto positivo no mundo do trabalho, 45% que o trabalho gerado pela IA será melhor (contra 14% que imaginam que será pior) e 65% dos entrevistados acreditam que a Inteligência Artificial gerará novas profissões, além de ter um impacto positivo na transição ecológica para 59% dos entrevistados.

As informações relativas aos projetos de pesquisa podem ser consultadas no novo site do observatório IUSVE “Giovani e futuro”, lançado em 30 de janeiro em Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

"Os jovens adultos que emergiram da pesquisa", conta Davide Girardi, Diretor do Observatório IUSVE "Giovani e Futuro", "estão bem cientes dos desafios que os aguardam nos próximos anos e não esperam nenhum desconto. No entanto, eles também sabem que é muito mais difícil conseguir isso sem investimento público em suas habilidades e potencial. Nesse sentido, eles representam a vontade de serem protagonistas da mudança, mas não escondem o medo do fracasso. Esse medo deve ser levado a sério, também à luz do desinvestimento em seus próprios jovens que o país vem demonstrando ao longo dos anos e da contração demográfica que vê precisamente o componente jovem, o mais estratégico para o futuro, encolhendo de forma mais do que evidente e perigosa para o futuro do próprio País". 

InfoANS

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