Por Giampietro Pettenon SDB,
Presidente de ‘Missioni Don Bosco’
Revejo os semblantes dos jovens que pudemos conhecer, dos Salesianos da Comunidade local, dos adultos que gravitam em torno do oratório para os serviços de cozinha, de limpeza, de manutenção. Em outubro estavam todos cheios de esperança, ainda que em meio a uma frágil trégua que se impusera no período, e todos faziam votos para que o pior já se tivesse passado. Infelizmente isso não se deu.
Se o Diretor – P. Munir – e os Irmãos do oratório decidiram suspender-lhe as atividades para evitar ulteriores riscos para a vida dos jovens que o frequentavam, significa que a situação é realmente dramática. Como esquecer as lágrimas que brotavam abundantes enquanto nos contavam do medo tido durante os anteriores bombardeios? Como esquecer os nomes dos seus familiares que nos eram descritos antes que uma granada ou a explosão de uma bomba os massacrasse? Como esquecer a grandíssima dignidade e Fé autêntica dessas Pessoas, vítimas inocentes, que não se quedavam a chorar sobre os dramas vividos, mas que estavam prontos para lhes contar os sonhos e as esperanças para o futuro? Como esquecer...?
Em poucos dias retornaram ao terror das vidraças espatifadas pela explosão das bombas; à falta de corrente elétrica para grande parte do dia; à carência de alimentos porque ir ao mercado é arriscado. Ademais, onde achar alguma coisa? Porque mercados e negócios lutam por abastecer-se devido aos transportes que quase não funcionam. As estradas são no momento os lugares mais perigosos… Para não falar da forte pressão psicológica que o medo alimenta em todos – incluídos os Salesianos, que não abrem as portas dos pátios aos jovens, mas que continuam a acolher pais e mães de família que vêm bater discretamente à porta para pedir uma ajuda para poder comer alguma coisa…
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