Vaticano – “A Igreja sairá deste processo mais católica, no melhor sentido do termo: mais “universal” - diz o Cardeal López Romero SDB sobre o Sínodo

07 outubro 2024
Foto: Exaudi

(ANS – Cidade do Vaticano) – O Cardeal salesiano espanhol Cristóbal López Romero, Arcebispo de Rabat, Marrocos, atualmente no Vaticano para a Segunda Sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, como representante da Conferência Episcopal do Norte da África, na sexta-feira, 5 outubro de 2024, participou da segunda conferência de imprensa realizada na renovada Sala de Imprensa do Vaticano, onde abordou o Sínodo em curso.

Quando questionado sobre o sínodo alemão, que conta com uma agenda própria, em comparação com o atual sínodo do vaticano, que envolveu indiretamente milhões de católicos, o Cardeal respondeu: “Mesmo que eu não conheça todos os detalhes do caminho sinodal alemão, acredito que eles necessariamente interagiram também com o Papa e com toda a Igreja universal; e isso bloqueou certos caminhos que eles estavam tomando”.

Isto significa que “a sinodalidade implica uma escuta mútua, porque ninguém pode fazer o caminho sozinho, e isto aplica-se não só a cada indivíduo, mas também às Igrejas Particulares”.

Ele também disse que os sínodos “tornam-se válidos quando a Autoridade os reconhece” e exemplificou indicando que “o Concílio Vaticano II e os concílios ecumênicos são válidos quando o Papa os proclama”.

E mesmo que estas diferentes velocidades causem – continuou o Cardeal salesiano – sofrimentos e momentos de escuridão e dificuldade, “é melhor que tais problemas surjam (porque existem) a fim de que se possam enfrentar e não esconder debaixo do tapete”.

Posteriormente, o Cardeal de Rabat considerou que “este Sínodo está sendo extremamente enriquecedor, porque reúne pessoas de diferentes continentes, reúne homens e mulheres, clérigos e leigos...; e toda essa diversidade nos enriquece, ainda que signifique polir uns aos outros".

E lembrou que o Santo Padre considera a Igreja muito europeizada, ocidentalizada. “Senti isso quando conheci a América Latina e em parte a África. Por isso acredito que a Igreja sairá deste processo mais católica no melhor sentido do termo: mais «universal»”.

Em seguida, citou um Prelado africano - cuja Diocese é “fértil de vocações, seminários cheios, multidões de batizados...”, o qual “repreendeu um bispo europeu porque veio dar-lhes lições, quando o europeu vende as igrejas vazias e tudo...".

Por isso concluiu que “nós, europeus, talvez tenhamos que aprender a ser humildes... e não apenas dar lições, Entretanto, também os africanos terão de aprender a ser humildes e a não levantar a voz. Porque o sucesso não está em quantidades ou números - fatores que podem ser temporários".

Em outras palavras: “há que ajudar-se a viver autenticamente o Evangelho” num “processo de fricção” que “faz muito bem, porque, caso contrário, cada um faz o caminho sozinho e, quando abrimos os olhos, descobrimos que somos Igrejas diferentes e estamos distantes umas das outras. Isto obriga-nos a interagir, a nos ouvir, a descobrir coisas, a surpreender-nos, a enriquecer-nos."

Por isso, disse que “aprender a sinodalidade não é coisa simples; teremos que passar por muitos contratempos, em que nos deveremos desculpar uns aos outros”.

E concluiu: “Já disse, haverá um vai e vem; e isso nos ajudará a todos nós a sermos mais humildes, a nos deixarmos iluminar pelo Espírito do Senhor”.

Hernán Sérgio Mora

Fonte: Exaudi

InfoANS

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