O prêmio lhe foi atribuído por ocasião do 25° Encontro Nacional dos Jornalistas Cristãos, realizado na Casa Inspetorial Salesiana, de Okla, em Nova Délhi, Índia, sobre o tema “O jornalismo hoje: o pragmatismo triunfa sobre os princípios”. Entre os exímios convidados presentes estava também o Arcebispo de Délhi, Dom Anil Joseph Thomas Couto; Dom Salvadore Lobo, Bispo de Baruipur; e uma falange de Diplomatas, Autoridade e quase 100 Jornalistas provenientes de toda a Índia.
Dirigindo-se ao público, depois de receber o Prêmio, o Arcebispo salesiano tratou da importância do dissenso, da sua legitimidade e da sua necessidade para fazer emergir uma sabedoria que seja compartilhada. Exortou também todos a empenhar-se por um diálogo inteligente a fim de que sempre floresça a verdade. Campeão convicto da cidadania ativa, promotor de paz e de harmonia, Dom Menamparampil costuma repetir: “A paz chega quando todos reconhecemos que temos necessidade uns dos outros”.
Ao longo da cerimônia falaram também o Presidente e o Secretário da ICPA, respectivamente Ignatius Gonsalves e P. Suresh Mathew.
Sucessivamente o Arcebispo de Délhi lamentou o triste destino da mídia no País, recordando que em 2019 a Índia descaiu do 180º para o 140° lugar no índice mundial da liberdade de imprensa; e declarou: “A maior parte dos canais de informação se tornaram ‘cheerleader’ do partido no poder e renunciaram a ser custódios da verdade. A mídia deve refletir a realidade. Como jornalistas cristãos, tendes o sagrado dever de levantar a voz contra os males da sociedade e da Igreja”.
Rohit Wellington Rajan, rosto conhecido da ‘Nova Delhi Television’ (NDTV), mostrou outrossim que todos agora vivem com medo e ressentimento. “Em nossas conversações há pouca aceitação do ponto de vista alheio e certamente pouco matizamento”. Lamentou em seguida o fato de que se ofereçam, sobretudo na TV, muitas opiniões e poucos fatos, e condenou “o desmoronamento da empatia no jornalismo”, que se tornou “altamente de elite”, muito distante da experiência do povo comum. E por fim insistiu: “Devemos dar voz às pessoas sem voz; e promover a verdade e a justiça. A opinião vale pouco, os fatos são sagrados. Nesta época de notícias falsas e de meias verdades, a mídia deve ser o porta-bandeira dos fatos e a representante da verdade”.
Além de Dom Menamparampil, a ICPA premiou também o P. Santosh Kumar Digal pela melhor Reportagem sobre as castas e as tribos conhecidas; e o P. John Deepak Sulya, que recebeu o prêmio “Swami Devanand Chakkungal” como melhor escritor híndi e por suas significativas contribuições à literatura híndi.