Há já um mês que o país vive em estado de revolta, agora à beira da insurreição. As manifestações têm sido até agora relativamente pacíficas e, por vezes, geridas com criatividade. Mas– face à falta de respostas dos responsáveis e ao atraso contínuo – à medida que a crise se agrava a impaciência das pessoas aumenta; e já se registram atos de violência.
O país está praticamente paralisado pelo fechamento, com barricadas, das principais artérias, pelo bloqueio de escritórios públicos para impedir o acesso de funcionários; bancos, universidades e escolas: fechados ou abertos aos soluços... Estes fenômenos recentes sobrepõem-se num substrato socioeconômico muito precário. 30% da população está à beira da pobreza; o país alberga a maior percentagem de refugiados do mundo (mais de um terço da população); os principais serviços sociais estão visivelmente em falta; as infraestruturas estão obsoletas...
Nesta situação, há uma fuga crescente de jovens, muitos dos quais altamente qualificados, em busca de emprego e de um futuro seguro e melhor.
Neste contexto, a presença salesiana se concretiza em duas obras: a Escola secundária profissional de Al Fidar, na costa, que acolhe pouco mais de 200 estudantes em diferentes campos – mecânica automotiva, eletrônica, eletricidade, informática, educação física e esportes, e arte culinária; e o Oratório-Centro juvenil de El Houssoun, nas montanhas, ladeado por um Centro de acolhida.
Os Salesianos estão fazendo de tudo para que o trabalho escolar – localizado numa área mui sensível e envolvida nos eventos, tanto em nível educativo como em nível econômico – prossiga; mas a situação, especialmente sob o último aspecto, está piorando a cada dia.
O Oratório, situado numa zona relativamente calma, funciona regularmente todos os sábados por ora, acolhendo crianças libanesas, principalmente cristãs. A missão salesiana também cuida de refugiados sírios e iraquianos – a maioria dos quais vive em Beirute, centro da... revolução.
Profundamente solidários com as pessoas que sofrem, os salesianos estão empenhados no esforço econômico de ir avançando: é que os recursos – que já eram precários havia muito tempo – estão se abatendo bruscamente, arriscando mergulhá-los em crise profunda...
Fortalecidos pelo espírito de Dom Bosco, os seus Filhos continuam presentes, qualificando-se como agentes de paz e semeadores de esperança.
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