O P. Stroscio – um dos 460 missionários salesianos que, desde 1906 até hoje, foram mandados à Índia – nascera em Furnari, Sicília, em 1922. Chegou à Índia ainda adolescente. Em 1939, depois de deixar a Sicília nas pegadas dos missionários que tanto o haviam impressionado na meninice e adolescência, começou uma vida de empenho e pobreza. “Éramos tão pobres, mas alegres. Precisava ter muito cuidado ao sair de noite, porque ainda havia tigres pela zona” – contou anos atrás ao "Corriere della Sera".
Seja como for, ele carregou a sua cruz e ensinou o cristianismo aos Indianos com simplicidade. Logo depois de um mês, 20 pediram o Batismo. E foi só o início.
Muitos os problemas que teve de superar em sua longa vida. P. ex., em 1940 Mussolini declarou guerra ao Reino Unido – de que a Índia ainda era colônia – e ele foi internato, com muitos outros, num campo ‘ad hoc’ para ‘prisioneiros’. ‘Libertado’ em 1944, retomou imediatamente à sua missão.
Muitos os eventos importantes de que foi testemunha. Mas na mente do missionário havia, acima de todos, o encontro com Madre Teresa. “Ela era muito inteligente, tinha o dom das línguas e um grande e maravilhoso sorriso – relembrou ao “Corriere” – . Buscava o rosto de Jesus nos outros. E o achava: nos moribundos, nos desfavorecidos, nos deficientes, nos órfãos, nas mulheres que enlouqueciam pelas violências”.
Além de construir a grande Igreja dedicada a Maria Auxiliadora, em Gobra, Calcutá, o P. Stroscio foi o 1º Presidente Nacional do Capítulo indiano do Movimento Mariano para os Sacerdotes, no qual serviu por diversos mandatos, a partir dos anos '70s.
Docente no Instituto Salesiano de Sonada e depois Inspetor da INC (1967-1973), foi incriminado por reato de “conversão” durante o seu serviço missionário em Maliapota e correu o risco de ser deportado. Foi então que a Madre Teresa interveio e pediu ao governo – marxista –de tê-lo como Capelão das Missionárias da Caridade no grande Centro de reabilitação de “Prem Dan”, de Calcutá: as Autoridades retiraram a ordem de expulsão e desde 1979 o P. Stroscio sempre residiu em Calcutá.
Pôde assim saldar a dívida com a futura Santa alguns anos mais tarde, em 1997, quando à Madre Teresa, internada por problemas cardíacos, ministrou a pedido explícito do então Arcebispo de Calcutá, Dom Henry Sebastian D’Souza, a Unção dos Enfermos e a Religiosa voltou para casa restabelecida.