Itália – A história de Lucas: “No Dom Bosco me devolveram a vida”

31 dezembro 2024

(ANS – Nápoles) – A esperança, para Lucas, tem a aparência de um centro de reabilitação. Foi na Casa dos Salesianos de Nápoles que este moço de 23 anos encontrou uma dimensão que lhe permitiu redescobrir a luz perdida.

Sua infância e adolescência foram marcadas por episódios de violência e bullying: foi parar num lar adotivo, na área de Caserta para alunos que abandonaram a escola. A experiência não foi das melhores e ele acabou fugindo depois de seis meses. Quando voltou para Nápoles, a situação se deteriorou e, após um ano, foi denunciado por violência doméstica, sendo mandado de volta para o abismo. Era o ano de 2018 e ele tinha 17 anos de idade. "A polícia chegou à noite e me prendeu: e me levaram para o primeiro centro de acolhença que normalmente seria no Colli Aminei: mas o Don Bosco também estava equipado e acabei parando lá", conta Lucas.

Desta vez, porém, a punição apresentou-se como Providência: ela tinha o rosto dos filhos de São João Bosco. E foi graças a eles que a subida recomeçou. Nos primeiros dias de detenção, o jovem foi frequentemente visitado por seu Pároco, o P. Valentino De Angelis, de Santa Maria dei Miracoli, em Nápoles, Comunidade onde o jovem havia sido coroinha. Ele ficou com os salesianos, junto com outros sete menores, durante um ano e meio, até o início da pandemia.

Viveu no Dom Bosco, não como em casa de família, mas como na ‘sua’ casa. Muitos os relacionamentos que nasceram naqueles meses. Aqueles com as agentes foram para sempre: “É como se ela fosse minha segunda mãe. Quando estou em casa e vou ao Dom Bosco, digo que vou visitar a Cristina (uma das funcionárias, NdE.). Passei por três comunidades: mas a salesiana tinha algo diferente”.

Para Lucas, a diferença está "na humanidade". O trabalho deles é focar no ser humano para criar um vínculo. Para eles, não éramos usuários: éramos pessoas". Na época retomou os estudos no ensino médio: "Fiz um curso de culinária/cozinha, eles também ofereceram um curso de mecânica e logística; mas eu queria me formar. Então, graças à ajuda deles em meus estudos, me formei em química".

Com a chegada da pandemia de Covid-19, ele foi autorizado a voltar para casa. “Gostaria de ter ficado até os 21 anos, mas por conta da pandemia, fui obrigado a voltar para a família. Não foi um bom momento – confessa - . Fiquei com depressão e tive dificuldades para me relacionar. Sentia a necessidade de voltar para o Dom Bosco. A Providência faz com que o edital do serviço público seja publicado, com vagas também nos Salesianos, e Lucas se candidata. Ele passa nos testes e, durante um ano, fica do outro lado”, ao lado daquelas crianças difíceis, como ele mesmo havia sido havia poucos anos. “Ajudamos nas brincadeiras e nas atividades extracurriculares do oratório; cheguei inclusive a treinar um time de futebol!” - conta.

No final de seu ano de serviço público, ele está com o P. Fabio Bellino, Diretor dos Salesianos de Nápoles, e vinte outros assistentes sociais em São Tarcísio, em Roma. "Foi uma das experiências mais significativas para mim. O P. Fabio nos disse: 'Vocês tiveram essa oportunidade, mas não parem, porque pode ser difícil recomeçar tudo de novo'. Ali, amadureci a decisão de me matricular na Universidade, para que toda a minha experiência não tivesse sido em vão".

Desde setembro do ano passado, está cursando Ciências Políticas na Universidade Federico II, em Nápoles. O caminho tem sido um pouco difícil: "Mas estou tentando me envolver com alguns grupos de estudantes para encontrar uma nova dimensão. Tenho que insistir! E vou insistir!".

Para o seu futuro, espera “uma vida tranquila, um bom salário e uma família”. E se alguém lhe pergunta como foi sua adolescência, ele responde: “Boa, porque quando penso no Dom Bosco, só tenho lindas lembranças: eles me deram alegria e esperança. Nos outros lugares... roubaram meu tempo; ali, me devolveram a vida".

O Dom Bosco de Nápoles é uma realidade dinâmica e aberta, funciona por meio da paróquia, do oratório, dos serviços educativos territoriais, dos serviços residenciais, da comunidade para menores estrangeiros, da comunidade de alojamento, do centro de acolhimento emergencial e da formação profissional.

Fonte: Insieme News

InfoANS

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