Por Édgar Velasco
A história da humanidade está profundamente relacionada com a migração. Foi sempre assim. Quem duvidar disso, só precisa “confrontar duas ou três gerações para perceber que descende de gente que precisou emigrar. Faz parte da condição humana”. Assim se expressou José Mujica durante sua visita ao “Refeitório Padre Chava”, de Tijuana, Baixa Califórnia, onde esteve para um encontro com representantes de grupos da sociedade civil que trabalham em favor do tema migratório. Sobre o seu trabalho, disse: “Só podemos agradecer às pessoas que assumem a responsabilidade de dirigir algo, que, por outro lado, não é um tema novo”.
A visita do ex-presidente do Uruguai enquadra-se no contexto da chegada massiva de migrantes haitianos à fronteira entre o México e os Estados Unidos. Mujica entregou pratos de comida e depois ocupou seu lugar à mesa para participar da refeição. Depois da refeição, vieram as intervenções. Leonardo Fernández assinalou que “a migração não é um problema, mas uma oportunidade, um presente que recebemos como sociedade e que nos permite recordar de onde viemos”.
O P. Felipe Plascencia, diretor da presença salesiana de Tijuana, recordou durante a sua fala que a história de Tijuana “está profundamente ligada ao tema migratório. Há migrantes recém-chegados, mas também de uma, duas ou até três gerações”. E acrescentou: “A sociedade de Tijuana é generosa e, de imediato, contribuiu com víveres, roupas, etc. Não faltou ajuda”.
“Nunca em sua história, a humanidade foi tão rica em recursos materiais e tão aferradamente egoísta” – disse o ex-presidente, que acrescentou: “A forma como devo agir não é fechar a boca. Se não podemos mudar a situação, ao menos podemos convocar mais gente para assumir e colaborar. Minha avó ensinou-me uma coisa: a única luta que se perde é aquela que se abandona”.
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