Itália – No Sto. Tomás de Messina, Seminário de apresentação da «Laudate Deum» sobre a crise climática

19 janeiro 2024

(ANS – Messina) – “Agitar a consciência de todos, não apenas dos Chefes de Estado, mas de cada pessoa de boa vontade”: esta é a clara intenção do Papa Francisco, que com a nova exortação apostólica ‘Laudate Deum’ – publicada oito anos após a Encíclica «Laudato si'» - volta a falar de ecologia integral, fazendo um balanço do que já foi alcançado pela política internacional e de quanto há ainda por fazer. São muitas as críticas contidas no texto - que é mais conciso do que o anterior, mas particularmente mais incisivo - sobre as quais a comunidade acadêmica do Instituto Teológico São Tomás se debruçou em 12 de janeiro de 2024, propondo uma tarde de reflexão aos concidadãos.

Introduzidos pela Profra. Maria Laura Giacobello, Docente de Filosofia Moral da Universidade de Messina, os colegas Marianna Gensabella, presidente da seção siciliana do Instituto Italiano de Bioética e professora de Bioética, Giuseppe Lo Paro, professor de Ecologia, e o P. Gianni Russo, diretor do São Tomás e da Escola de Especialização em Bioética e Sexologia, abordaram os aspectos filosóficos, científicos e espirituais, de uma publicação que abre inúmeros "pontos de virada".

O pano de fundo doutrinário, explicou Gensabella, é o mesmo da ‘Laudato si'’, "uma ecologia integral que não renuncia ao papel central do ser humano, mas o repensa radicalmente, não mais como o dono da terra, mas como o guardião que a recebe como um dom e cuida dela com responsabilidade e amor". Da atualização dos dados científicos à crítica contundente do paradigma tecnocrático e de suas ideologias subjacentes, da denúncia da política internacional a uma renovada promoção do bem comum apoiada pela criação de organizações mundiais mais eficientes, os vários níveis que norteiam a exortação convergem para uma revisão da crise climática como um problema sócio-global, que não pode ser resolvido com meros remédios técnicos, mas que exige uma profunda mudança cultural, uma verdadeira conversão ecológica - tanto pessoal quanto coletiva.

Revendo os pontos fundamentais do documento, o P. Russo lembrou a urgência do tema já abordado pelos Bispos dos Estados Unidos em 2019 e no Sínodo sobre a Amazônia feito em Nairóbi em 2022: se é verdade que nem todas as catástrofes podem ser atribuídas às alterações climáticas globais, está, entretanto, provado que algumas alterações climáticas induzidas pelo homem aumentaram significativamente a probabilidade de eventos extremos mais frequentes e mais intensos.

Portanto, se, por um lado, o paradigma tecnocrático e os possíveis modelos de desenvolvimento tecnológico e a inteligência artificial apresentam uma perspectiva "ilimitada", diz o sacerdote, há também uma finitude dos recursos naturais que exige o gerenciamento por organizações globais eficazes com autoridade para garantir o Bem-Comum global, a erradicação da fome e da miséria, e a defesa segura dos direitos humanos fundamentais: "O importante é lembrar que não há mudanças duradouras sem mudanças culturais e sem mudanças nas pessoas". Lo Paro recebeu a tarefa de se debruçar sobre os aspectos científicos da publicação, incluindo a terminologia científica usada ao dibater a fragmentação e a vulnerabilidade dos ecossistemas, a necessidade de corredores biológicos, a desertificação de territórios, a manutenção da biodiversidade natural e o uso de recursos.

Em particular, explicou o professor, “um dos fundamentos da ecologia é adquirido e reforçado: nele os ambientes são considerados sistemas integrados e interconectados; neles os componentes abióticos e centenas de milhares de organismos biológicos, inclusive os humanos, desempenham um papel essencial em sua sobrevivência mútua".

InfoANS

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