Durante sua Reitoria, a Congregação precisou enfrentar grandes desafios, mas também alcançou metas importantes. Como Reitor-Mor, concentrou todas as forças na unidade da Congregação e em sua reconstrução espiritual e material, prejudicadas pela Segunda Guerra Mundial e por outras guerras, ocorridas em diversas partes do mundo tinham inclinado.
Ao mesmo tempo, pôde ver com satisfação, durante a construção da Basílica de São João Bosco, em Roma, o santuário de Dom Bosco no Colle Don Bosco, e obteve permissão para levar a Pontifícia Universidade Salesiana de Turim para Roma. Além disso, sob a sua reitoria, a Congregação alcançou a sua máxima expansão e difusão no mundo, pelo menos até hoje.
O P. Ziggiotti participou pessoalmente das três primeiras sessões do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965) e desenvolveu o processo iniciado pelo Padre Rinaldi, tornando-se o primeiro Reitor-Mor a encontrar pessoalmente todos os salesianos espalhados pelo mundo.
Também foi o primeiro Reitor-Mor Emérito: em 1965, durante o CGXIX, dada a sua idade e o novo caminho que a Congregação deveria seguir depois do Concílio, renunciou com humildade, depois de 13 anos de governo da Congregação, para passar a tarefa a outros, e silenciosamente se afastou. Passou os últimos anos de sua vida em oração, reflexão e serviço pastoral, primeiro no Colle Don Bosco como Reitor do Templo, depois em Albarè di Costernano, na região do Veneto, onde nasceu.
Para o P. Ziggiotti, assim como para os seus antecessores, a Estreia representava “uma mensagem”, “uma recomendação adequada”. E em suas Estreias também segue a tradição de Dom Bosco e de seus sucessores; mas a necessidade de adaptá-las aos tempos é mais evidente.
Assim como as de seus precursores, as Estreias do P. Ziggiotti são curtas, simples, fáceis de lembrar e muito práticas, enquanto as anteriores, em sua maioria, eram múltiplas, ou seja, várias Estreias por ano, dedicadas aos diversos grupos da galáxia salesiana.
Sobre o P. Ziggiotti foi dito: “Ele vivia de Deus, vivia de Igreja. Ele vivia de Nossa Senhora e de Dom Bosco. Consequentemente, ele vivia para seus coirmãos e para a missão”. E suas Estreias são um testemunho de tais características. A primeira delas, de 1953, é dedicada à Eucaristia; a última, em 1965, recorda aos salesianos os três amores de Dom Bosco: o amor à Eucaristia, a Maria Auxiliadora e ao Papa. E os mesmos temas reaparecem várias vezes em suas 13 Estreias, todas preservadas nos Atos de Conselho Superior.
Outras Estreias, como mencionado, estão ligadas aos tempos, aos acontecimentos da Igreja e da Congregação: como alguns aniversários significativos (centenário da morte de São Domingos Sávio ou da apresentação das Constituições ou das Aparições de Lourdes), ou outros eventos de importância mundial (sobretudo, o Concílio Ecumênico).
Por fim, entre os temas recorrentes, voltando às expressões mais genuínas de Dom Bosco, não faltam referências a instrumentos úteis para a vida cristã e a santificação pessoal, especialmente nas mensagens dirigidas aos jovens, Ex-alunos e Salesianos Cooperadores.
Seguem abaixo as Estreias herdadas do P. Renato Ziggiotti:
1953: “Vivamos todos e sempre no coração e no espírito de São João Bosco, cultivando a fé e o amor a Jesus nas SS. Eucaristia";
1954: “Vivamos todos, e sempre, no espírito, no coração e na pureza angélica de Maria Imaculada Auxiliadora”;
1955: “São Domingos Sávio indica aos nossos jovens o caminho da virtude; recorda aos pais e educadores a sábia pedagogia de São João Bosco”;
1956: “Educadores, estudantes, ex-alunos e Salesianos Cooperadores devem dar a máxima importância à educação religiosa, ao apoio à fé e à orientação segura na vida cristã”;
1957: Aos jovens e aos Cooperadores. “No centenário da morte de São Domingos Sávio, que ele seja, para todos, modelo de firmeza de caráter e fidelidade no cumprimento dos nossos deveres para com Deus e para com o próximo”;
- Aos salesianos. “Olhemos para o Venerável Padre Rua para imitar a sua maravilhosa vida de união com Deus, de intenso trabalho e apego à Regra e a Dom Bosco”;
1958: “No Centenário da Aparição da Imaculada Conceição em Lourdes, honremos a Santíssima Virgem, mas com a oração devota do Santo Rosário”;
1959: Aos salesianos: “No centenário da apresentação das Constituições ao Sumo Pontífice Pio IX, o nosso Santo Fundador recomenda-nos observá-las com exatidão e, em particular, a fidelidade à meditação comum e ao ‘balanço’ mensal".
- Aos jovens, Cooperadores e Ex-alunos. “A Santa Missa é a mais perfeita oração cristã. Aprendamos a participar com maior fé, devoção e proveito espiritual”;
1960: Aos salesianos: “Salvemos a moral com modéstia angélica, com assistência assídua, paterna e paciente, com piedade sacramental e mariana”.
- Aos jovens. “Servite Domino in laetitia. Sejam alegres sem nunca ofender ao Senhor."
- Aos Ex-alunos e Cooperadores. “Na família e na sociedade, colaboremos para tornar honesta e saudável a diversão”
1961: “Recitemos todos os dias a Ave Maria pela paz em casa. Pax Domini senta sempre nobiscum. A paz esteja conosco”;
1962: “Juremos fidelidade ao programa que Dom Bosco nos deixou”.
- Aos salesianos. “Oboedientia et pax”;
- Aos alunos. “Indiquemos aos nossos alunos a estrela do nosso firmamento. Eles realizarão a campanha dos Sacramentos: Jesus a fonte da graça e Maria Santíssima o canal que nos transmite; Jesus luz perene e Maria estrela que guia o nosso caminho; Jesus fogo que queima as nossas misérias e Maria toda bela, toda santa, resplendor imaculado de santidade”;
- À terceira Família Salesiana. “À terceira Família Salesiana do mundo indicamos o nosso coração flamejante e a lançams no apostolado do bom exemplo e na defesa da Fé”;
1963: “Credo unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam”;
1964: Sonho dos Diamantes. “Pia Salesianorum Societas qualis esse debet”. “Viver a vida da Igreja universal na nossa Família, na humildade de espírito, na santidade de vida e no zelo apostólico”;
1965: “No terceiro cinquentenário do nascimento de São João Bosco 1815-1965 cultivamos em nós mesmos e difundimos entre nossos alunos e fiéis as devoções caras a Dom Bosco: à Eucaristia, a Maria Auxiliadora e ao Papa, e em particular à Eucaristia”;
- Aos jovens: “Educação do carácter”.
- Aos Cooperadores e Ex-Alunos: “Educação dos filhos na família”.