A revista acolhe, no setor ‘STUDI’ (ESTUDOS), quatro artigos:
O artigo ‘Il primo teologato salesiano nazionale in Spagna, El Campello?’ (O primeiro teologado salesiano nacional na Espanha, El Campello?) é fruto da pesquisa do P. Fernando Ría García e P. Pedro Ruz Delgado. Na historiografia salesiana espanhola não estava totalmente claro o papel desenvolvido pela obra salesiana de El Campello (Alicante) no campo da formação. O artigo pretende esclarecer o assunto e o seu papel na formação teológica dos primeiros salesianos espanhóis, analisa-lhe as vicissitudes, os altos e baixos, até à sua traumática supressão, em 1931.
Um estudo do P. Aldo Giraudo apresenta ‘La fondazione dell’Oratorio di Borgo San Paolo in Torino (1918). Un modelo esemplare di azione salesiana nel primo dopoguerra’ (A fundação do Oratório de Borgo San Paolo, em Turim (1918). Um modelo exemplar de ação salesiana no primeiro pós-guerra). Em dezembro de 1918 se inaugurava em Turim o Oratório salesiano de ‘Borgo San Paolo, periferia em rapidíssima expansão, com uma população composta de famílias de operários imigrados e que viviam em precárias condições de saúde, agravadas pela guerra. O começo da obra se deu nos inícios do “biênio vermelho” (1919-1920), caracterizado por lutas operárias, greves violentas e ocupações armadas de fábricas. O artigo coliga a narração do início do oratório com as problemáticas sociais, e refere como a obra se tornou em poucos anos um exitoso exemplo de revitalização inteligente e criativa do espírito, do método e da missão oratorianos, iniciando 20 diferentes grupos a cobrir as várias idades, inclusive os Pais.
A pesquisa I disaccordi tra mons. Louis Mathias e don José Luis Carreño da una prospettiva storica (Os desacordos entre Dom Louis Mathias e o P. José Luis Carreño dede uma perspectiva histórica) é redigida pelo P. Thomas Anchukandam. Pela Bula Pontifícia ‘Ex primaevae ecclesiae’, de 13 de novembro de 1952, o Papa Pio XII criou a Arquidiocese de Madrasta-Mylapore e nomeou Dom Louis Mathias SDB como seu primeiro arcebispo. Foi um reconhecimento ‘de facto’ da contribuição incondicionada dos salesianos naquela área. Entretanto, a maneira aparentemente invasiva com que o Arcebispo promovia os interesses da Arquidiocese em detrimento dos da Inspetoria Salesiana, e a sua tendência a envolver-se em questões que diziam respeito estritamente à competência do Inspetor, P. José Louis Carreño, levaram inevitavelmente a divergências entre esses dois arquitetos das obras salesianas no sul da Índia.
Hendry Selvaraj Dominc é o autor do artigo: ’Dalla Missione di Madras all’Arcidiocesi di Madras: il protagonismo di mons. Louis Mathias SDB e dei Salesiani di Don Bosco’ (Da Missão de Madrasta à Arquiodiocese de Madrasta: o protagonismo de Dom Louis Mathias SDB e dos Salesianos de Dom Bosco). Nele se lê que o primeiro grupo de salesianos chegou a Tanjore, na região do Tamil Nadu, Sul da índia, em 1906, sob a guia do P. Giorgio Tomatis. Em 1922, em nome da ‘Propaganda Fide’, um segundo grupo de missionários, composto por 11 salesianos guiados pelo P. Louis Mathias, chegou ao Assam, no nordeste da índia. O estudo apresenta os lances que precederam a entrega da Arquidiocese de Madrasta, em 1928, aos Salesianos, na pessoa de Louis Mathias, um evidente apreço por seu trabalho pastoral feito no Assam. De fato, a Igreja Católica o consagrou, em 1934, primeiro Bispo de Shillong, e depois em 1935, quarto Arcebispo de Madrasta.
No setor ‘FONTI’ apresenta-se um texto original: ‘La rabbia marxista con i Salesiani di Malaga (18 luglio 1936 - 8 febbraio 1937), di Antonio Ureña Arroyo, Malaga 1937’ (A raiva marxista contra os Salesianos de Málaga (18 de julho de 1936–8 de fevereiro de 1937), por Antônio Ureña Arroyo, Málaga 1937), com elaboração crítica aos cuidados do P. Pedro Ruz Delgado. O estudioso apresenta o testemunho direto de um jovem salesiano que viveu pessoalmente os primeiros dias da Guerra Civil Espanhola e do assalto ao Colégio salesiano de Málaga – durante o qual foram assassinados nove religiosos – e que sobreviveu, graças a um generoso protetor. Escrito nos meses seguintes àqueles eventos, com a lembrança ainda viva na mente, o texto, com o seu aparato crítico, confere uma tal carga emotiva aos fatos narrados que faz com que se conheça todo o horror que a guerra civil espanhola significou para uma cidade como Málaga, “cidade mártir”.
Completam o número as contribuições, inseridas quer no setor PROFILI (PERFIS) – onde está presente uma grata lembrança do P. Arthur J. Lenti SDB (1923-2022) aos cuidados do P. Michael Mendl –; quer em NOTA, RECENSIONI e SEGNALAZIONI (NOTA, RECENSÕES, INDICAÇÕES).
