Mulheres com crianças a fugir de suas casas; famílias e casais violentamente separados e sem saber quando se poderão reencontrar; estações ferroviárias inundadas de gente; e fronteiras de solidariedade que emergem como refúgios de esperança... Quando se fala de guerra, é essencial falar das emoções que vão e vêm, do amor e do ódio, do desespero e da paz.
Âs 56 imagens que compõem a mostra fotográfica se defrontam com a maior crise humanitária na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e oferecem diferentes perspectivas acerca de um conflito que ainda não findou. Para um dos autores, Bruno Thevenin, é importante saber até onde é útil a um foto-repórter continuar a documentar em campo, e se e em que modo se dá realmente uma contribuição. “Tem havido um bum midiático, com uma supersaturação de imagens que têm necessidade de decantação” - explicou o foto-repórter.
“Ninguém se pergunta por que uma criança deva ver-se em meio a uma guerra. A guerra nos fala da vida”, sublinhou Edu León, curador da exposição, em sua fala.
Durante a visita guiada emergiu também claramente como a lei marcial na Ucrânia esteja a impor duras restrições e limites à liberdade de movimento dos ucrânios.
Há também realidades diferentes para os refugiados. Olmo Calvo sublinhou que há fotos de pessoas que já eram ‘refugiados’ na Ucrânia: “Referiram de ter tido problemas para sair. A passagem de fronteiras previa diferenças e o fluxo era muito mais lento”, sublinhava o foto-repórter.
Também a resposta salesiana à emergência encontra espaço na mostra. Desde 24 de fevereiro de 2022, a FS apresentou todo o tipo de assistência nas mais de 200 obras espalhadas pela Ucraína e os Países limítrofes. As palavras de agradecimento do P. Luis Manuel Moral, Responsável por 'Misiones Salesianas', fizeram referência à figura de Dom Bosco e a como a sua vida “pulsasse de compaixão e misericórdia”. Por isso, em suas palavras conclusivas declarou: “Continuemos a ajudar: é preciso acolher o necessitado”.
O Museu de «Misiones salesianas» iniciou uma nova fase no ano passado com as exposições “Indestructibles” e “Feminae”. “Nos próximos quatro meses, grupos, organizações e universidades virão ao nosso Museu para participar de laboratórios com uma abordagem à Cultura da Paz; queremos promover uma Sociedade diferente”, declarou Paloma Montero, Responsável pelo Departamento de Educação e Cultura visando uma Cidadania Global.
Mariano García, Coordenador do Museu, explicou o motivo dessa exposição. “O fotojornalismo pode alcançar públicos que não leem jornais: «O que V. levaria consigo se de repente tivesse de deixar o País? Que caberia em sua maleta?» ”.
Aqui é possível inscrever-se para uma visita gratuita.