A iniciativa on-line, realizada com o objetivo de envolver os jovens em formação, produziu, nos últimos meses, várias contribuições de qualidade para a renovação da ‘Ratio’, seja através de partilhas escritas nos Google Docs regionais, seja por meio de encontros via Zoom.
No último encontro, o diálogo teve o P. Coelho como convidado e foi estendido simultaneamente a todas as Regiões, que partilharam suas expectativas para o caminho comum a ser realizado. O tema do encontro foi: “Meu sonho sobre a formação dos salesianos nos próximos 10 anos”. Foi um momento belíssimo e cheio de esperança, durante o qual foi possível sentir (em formato digital real!) o quanto Dom Bosco permanece vivo em tantas culturas e contextos diferentes. O evento foi acessível a todos, graças ao serviço de tradução simultânea de Anselmo, Gerald, Christopher e Carl-Enrico.
Passemos a palavra aos participantes, por meio de alguns dos parágrafos compartilhados no Google Docs. Entre as diversas participações recebidas, reportamos aqui as palavras de quatro jovens em formação inicial, nomeados pelos "70x7" de suas respectivas Regiões, que farão parte do grupo de trabalho que, entre os dias 16 e 28 de novembro, em Roma, participará da escuta de todas as contribuições recebidas nos últimos meses para a nova ‘Ratio’.
Miguel Núñez (MEG): “Sonho com uma formação que responda à realidade dos jovens e da sociedade, na qual os irmãos salesianos sejam autênticos homens de Deus, verdadeiros irmãos e servidores, prontos a dar a vida pelos jovens. Sonho com salesianos capazes de ouvir e dialogar com sensatez, com a ternura de pai e de irmão mais velho. Irmãos com um gesto claro de profetas, que anunciam Jesus Cristo com a própria vida de forma credível, para que possa nascer nos outros o desejo de viver como verdadeiros cristãos. Sonho com coirmãos que se sintam felizes por passar suas vidas com os jovens, compartilhando seu tempo com eles e que, ao dar o testemunho cristão, se sintam verdadeiramente felizes com sua vocação salesiana”.
Giorgio Ramundo (ICP): “O meu maior desejo para a formação dos salesianos nos próximos 10 anos é que a 'simpatia', a paixão, mesmo a qualificação profissional pela missão, sejam recolocadas no centro da formação - inicial e não inicial, mas, ainda mais, pelos pobres, pelos jovens que não têm nada. Uma formação que saiba responder à pergunta: 'Quem são os jovens pobres e abandonados HOJE?', e também uma formação que saiba despertar e responder à pergunta 'O que estou fazendo aqui? POR QUEM estou aqui?' Então, todo o mais - estruturas, etapas formativas, estudos, vida comunitária... - será relido sob este prisma. Uma formação que faça com que o jovem salesiano compreenda que está aqui para salvar sua alma, como disse e quis Dom Bosco, e que a forma de fazê-lo é encontrar, amar e ser amado, deixar-se 'desenterrar' pelos jovens mais pobres e abandonados".
Minsu Moses Jung (KOR): “Como sugere o CG28, gostaria que fôssemos capazes de acompanhar 'com os jovens' o futuro sustentável que os jovens desta geração nos pedem. Para isso, devemos acrescentar o tema da ecologia básica em nosso currículo de formação inicial e permanente, e praticá-lo em nossa vida comunitária de profetas. Pelos jovens, devemos ser capazes de oferecer o que somos de melhor. Somos os melhores quando caminhamos ‘junto com os leigos na missão e na formação’ (CG28 - 6ª proposta programática). Foi precisamente o que fez Dom Bosco em seu Oratório para os jovens e o CG24 nos disse que este é ‘o único modelo que pode ser praticado nas atuais condições’ (CG24, 39)”.
Dickson Eugene (INK): “Sonho com salesianos em formação - todos! - que não busquem posições de poder, mas oportunidades para servir: serviço marginal, social ou econômico; e que tenham uma coragem irrefreável, desenvolvida por meio da formação, para enfrentar estas situações de forma criativa. Salesianos que, embora não tenham as aptidões e os recursos dos seus pares no mundo, avancem, como Dom Bosco, sem medo, na busca da salvação das almas, e se esforcem por aprender, se adaptar e mudar, visando atingir esse objetivo, sem com isso comprometer sua identidade. Devemos ter como objetivo desenvolver comunidades de formação que sejam suficientemente fluidas para estimular e promover a aprendizagem, a formação e a exposição à realidade, suficientemente estruturadas para serem capazes de promover a identidade e a inculturação”.
