Nos últimos dias tivemos pesados tiroteios e um constante fluxo de refugiados pelo rumo da igreja da nossa Missão. Desde segunda, temos tido mais de 3000 pessoas alojadas em nossa igreja e na escola elementar. Fizemos todo o possível para dar acolhida, prestar cuidados médicos, dar comida, mesmo sabendo-se que, desde o início da crise, as estradas estão bloqueadas e as provisões de alimentos e d’outros gêneros de primeira necessidade estão interrompidas.
Um aspecto muito positivo durante a crise foi o envolvimento da comunidade: todos – salesianos, alunos, aspirantes, voluntários, membros do ‘staff’... – estão à altura da situação e têm posto alma e coração no esforço por administrar esta... tragédia.
Mais um duro golpe (aos nossos esforços por aliviar a situação) chegou na noite de segunda-feira, com algumas pesadas explosões, exatamente por trás da Missão: todo o povoado de Gumbo e a população das vilas circunstantes se precipitaram para junto da missão. Foi um ÊXODO: gente que simplesmente juntou a família e tudo o podia para sair correndo das próprias casas: em pouco tempo a missão encheu-se por mais de 15.000 pessoas!
Perto das 23 horas, os disparos cessaram: foi um verdadeiro DEBOCHE, visto que a trégua tinha sido aceita por ambas as partes em luta, pelas 18 horas...
Na manhã de ontem, alguns milhares de pessoas tornaram a sair da missão; mas ali entretanto permaneceram entre 5/8.000 pessoas. (Muitos dos que deixaram a missão pela manhã voltaram a ela de noite, para ao menos dormir com segurança...)
Obrigado, pela vizinhança neste momento. Continuem a apoiar-nos com a oração até quando no país se restaurem a lei e a ordem, a paz e a estabilidade.