Itália – Editoria religiosa. O P. José Costa SDB: “Contra a crise, iniciativas culturais e educação à leitura”

(ANS – Catânia) – “É possível vender o livro em diferentes versões e suportes; mas o problema da crise está na diminuição do número dos leitores” – di-lo o P. José Costa, salesiano, docente e especialista de editoria, por dez anos Diretor da Livraria Editora Vaticana (LEV), que, numa nova publicação, nos apresenta, por entre desafios e novas propostas, o panorama atual do mercado do livro na área católica.

Qual é a situação atual da editoria católica?

Há uma crise de fundo que advém da não obediência ao carisma de alguns institutos religiosos relativamente aos meios de comunicação e à difusão do livro. A maior parte da editoria religiosa é propriedade de institutos religiosos, que, na origem, com os seus fundadores, tiveram como ponto de referência, para a difusão do Evangelho, o ‘instrumento’ livro. Dom Bosco, por exemplo, mirou nos livros para as escolas; o P. Alberione visou a evangelização através da boa imprensa. Era um investimento imediato. Este ímpeto ideal hoje esmoreceu por motivos vários: organizativos, financeiros e também por uma sensibilidade diferente.

Além de uma crise externa, portanto, há uma interna ao mundo religioso…

Sim, há uma crise interna que não foi enfrentada. Mas as dificuldades da editoria religiosa derivam também da leitura espiritual entre os religiosos em diminuição, como no caso do uso de livros para as meditações matutinas. E se verifica outrossim quando definha o desejo de conhecer as obras fundamentais da editoria religiosa. No passado a direção espiritual de uma pessoa começava com a sugestão de um livro por ler. Um hábito que mudou.

Como se pode reagir?

Mirando em bons autores, após contato com centros culturais e universidades, com encontros e livrarias transformadas em centros culturais autênticos. A editoria religiosa deve saber usar todos os instrumentos e suportes informáticos à mão. Pode-se sempre oferecer, sobre os temas do livro, uma série de serviços através de outras linguagens, como a eletrônica, a fílmica...

Existiria um desinteresse por parte dos leigos para com a editoria religiosa?

Há uma secularização galopante que leva os leigos a não se aproximarem do livro religioso. E isso tem uma consequência negativa também sobre o mercado. Os jovens só se habituam a ler se forem educados a fazê-lo, ou por iniciativa pessoal de alguns professores, ou em família. Se quisermos evangelizar grandes massas, as devemos levar a refletir e a usar esses instrumentos.

Em que autores é preciso mirar para o relançamento da editoria religiosa?

O editor deve fazer uma proposta unitária sobre assuntos, como deserto, oração, compromisso político… Em seguida é preciso ajudar os jovens a construir personalidades e sensibilidades, focalizando através da leitura determinados temas, e não somente apostar em escritores na onda no momento.

InfoANS

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