Argentina - Miguel Raviolo: "Fui ao pároco dizer que sou carpinteiro. E ele respondeu: 'Sou padre, o que podemos fazer?'"

(ANS - Córdoba) - Miguel Raviolo, 55, é gerente da oficina de carpintaria da Casa do Oratório Dom Bosco, de Córdoba. Oito anos atrás, ele decidiu consagrar suas mãos e seu coração para este serviço. Corria o ano de 2010 e Miguel participou de aulas de catecismo na época. "Senti-me desafiado pela catequese, pela Palavra e pelo próprio Jesus que me pediu para fazer algo pelos mais vulneráveis. Eu me dirigi ao pároco e disse-lhe que eu era carpinteiro. E ele me respondeu: 'bom, prazer, eu sou padre, o que vamos fazer?'".

"Alguns meses depois, já tínhamos algumas ferramentas e trabalhávamos com alguns jovens. É onde tudo começou, com uma porta que funcionava como mesa de trabalho... Hoje, graças a Deus, temos uma oficina bem montada no Oratório da Paróquia Dom Bosco de Córdoba".

Qual é o objetivo da oficina?

O que queremos fazer é a mesma coisa que o oratório visava quando Dom Bosco o criou, buscar almas para Cristo. O fazemos por meio daquilo que ele próprio pensou: o pátio, a escola, a capela ... Bem, tudo isso me diz respeito, é uma mistura de escola e pátio, porque a marcenaria é um pouco isso.

Quais são as metodologias utilizadas nas oficinas?

Muitas vezes quisemos implementar uma atividade e os jovens diziam “não”, eles é que definiriam a modalidade. Com o tempo, aprendi que o que você devemos fazer é conversar com eles, ver o que eles precisam e o que eles querem fazer naquele momento.

E qual propósito este modelo de trabalho tem para você?

Nunca devemos perder de vista o objetivo. O oratório é um espaço religioso. Mesmo abrigando uma oficina de carpintaria, de culinária ou crianças jogando futebol, é um espaço fundamentalmente religioso. Nunca devemos esquecer que estamos com eles apenas por um tempo, dois ou três anos. Depois disso, os jovens saem do oratório levando suas ferramentas e a lembrança de que usamos nosso tempo indicando Jesus, e não nós mesmos. Quando eles forem embora, deve estar claro quem é o Mestre que devem seguir, que não somos nós, nós representamos apenas os dedos que apontam para Alguém, nada mais.

InfoANS

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