O que aconteceu depois de assistir a esse filme?
"Quando deixei os Estados Unidos para voltar a Taranto, encontrei muitas dificuldades em me adaptar à nova vida. Meus pais decidiram me mandar para a escola dos salesianos. Fiquei imediatamente cativado pela sua serenidade e entusiasmo em transmitir, não apenas palavras, mas instrução e educação. E comecei a me perguntar mais e mais vezes: Por que não consigo seguir seus passos? Por que não posso me tornar como eles?”
E assim, em 2010, você foi ordenado sacerdote salesiano ...
"Foi o coroamento de um sonho que eu carregava em meu coração. Mas outro desejo, depois de escutar numerosos testemunhos de missionários salesianos, foi tomando conta de mim: partir em missão. Fui designado para o departamento de Petén, no norte do país. Quando cheguei à Guatemala, porém, eles me pediram para me estabelecer temporariamente no distrito de Alta Vera Paz, habitado pelos povos indígenas Q'eqchi, para substituir um confrade doente. Oito anos se passaram desde então ...".
Como foi seu primeiro contato com a missão?
"Não é fácil, começando pelas dificuldades relacionadas à compreensão da linguagem. Os Q'eqchi são uma população indígena muito antiga, descendente dos maias. Sua cultura é muito aberta e isso facilitou, ao longo dos séculos, que recebesse elementos de religiões e tradições com as quais entrou em contato. Juntamente com os rituais tradicionais, os Q'eqchi aceitaram alguns elementos da cultura cristã que deram origem a um processo de evangelização que se desenvolve dentro de um forte sincretismo religioso".
Quais são as "características especiais" da sua missão?
"A paróquia em que opero tem um total de 250.000 habitantes, divididos em 350 aldeias. Além da evangelização, estamos empenhados principalmente com a educação. Mesmo que não possuam grandes riquezas, os Q'eqchi são um povo feliz. Quando se encontram, perguntam um ao outro: "O seu coração está feliz?": Um sinal da profunda espiritualidade e do espírito de partilha que os anima".
O que você trouxe desta experiência?
"Primeiro de tudo, a dimensão da paternidade espiritual. Viver a missão me ajuda a superar progressivamente as barreiras internas e, compartilhar a vida com o Q'eqchi representou, para mim, uma segunda conversão humana e espiritual. Depois de oito anos com eles, acho que aprendi a observar, a esperar e a respeitar".
Fonte: Carlo Tagliani - Maria Auxiliadora
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