“Ao encanto da natureza alia-se aquela beleza ainda mais preciosa das pessoas que a gente vai encontrando ao longo da caminhada. A começar pelos colegas, que tiveram a paciência de lentear o passo para que eu pudesse caminhar junto, fundamentais no fazer-me conhecer a cultura malgaxe, tão variegada quão fascinante.
Recordo depois os membros das equipes sociais que, nas escolas e oratórios salesianos, se prodigalizam para dar às crianças aquele afeto que mui frequentemente se lhes nega dentro da família; pessoas tão humildes, embora de uma grandeza extraordinária no transmitir com tanta paixão o desejo de dedicar a própria vida a essa missão.
Recordo enfim Clara, minha colega de aventuras, que contribuiu para tornar especial esta minha caminhada. Entre alegrias e dificuldades, aprendemos a fazer família. Sem ela, a coisa não teria sido a mesma”.
Que leva de útil para seu lar, para o seu futuro?
“A sensação de paz em ter-me sentido acolhida, compreendida e aceita. O reconhecimento para com aqueles que, ao longo dessa caminhada, abraçaram a minha diversidade e me levaram pela mão na sua realidade. Sobretudo a certeza de que, quando se entra em campo, e se entra para valer, não se pode continuar iguais a si mesmos. Ouve-se; experimentam-se limites; cai-se; aprende-se.
Cada encontro, cada desafio, deixa-nos em herança uma nova consciência e uma riqueza que cabe a cada um fazer frutificar”.
Um ano intenso, portanto?
“Sim, sob muitíssimos pontos de vista. Conheci limites e descobri qualidades de que só em parte eu tinha consciência. Fiz-me pequena para que aumentasse o espaço... livre. Sobretudo experimentei quanto, na vida, não conte tanto o caminhar, mas com quem a gente caminhe. A luz – de que fazer tesouro – está toda aí”.