José M. Vidal
O senhor está entre os mais importantes bispos pastoralistas da América Latina...
Não creio que seja assim, mas tudo bem. Sou Salesiano, formado no carisma de Dom Bosco. Sempre trabalhei com os jovens e, por isso, fiz-me sacerdote salesiano.
Agora, a América Latina está na moda
O Papa veio do Sul e parece paradoxal que, num momento com tantos problemas políticos, sociais e econômicos, a evangelização feita na América Latina tenha dado certamente bons frutos, como para tematizar as intuições propostas pelo Papa.
A Venezuela chora? O arcebispo de Maracaibo foi à Espanha e chorou publicamente ao falar da Venezuela
De fato, é uma situação muito difícil a que estamos a viver, pela fome da nossa pobre gente. Pois o modelo político que se quer impor, o assim chamado socialismo do século XXI (uma revolução socialista que se professa como comunista), em 18 anos, trouxe pobreza e exclusão.
Portanto, neste momento, como expressamos como bispos, há dor, lágrimas, sofrimento pela fome e pelas outras deficiências nas necessidades básicas que atingem o nosso povo, como a falta de medicamentos, pelo que muitos pacientes morrem todos os dias.
A Venezuela recebeu muitos imigrantes no passado, vindos de muitos países... Atualmente, porém, foram embora mais de 2 milhões dos nossos jovens.
Não têm futuro no País.
Vão embora porque não encontram qualquer futuro, porque não há qualidade de vida, devido à ameaça de uma enorme violência que causa a morte de quase 30.000 mil pessoas todos os anos.
Esperamos na paz, no nosso povo e naquilo que o Papa possa fazer. Cremos que o Papa possa ajudar-nos justamente porque é respeitado pelos dois lados, e pode promover a criação de um itinerário de compreensão e de tratativas para pôr fim à crise que estamos a viver. Dom Ubaldo realmente chorou dias atrás pela Venezuela em Comillas. Não é outra coisa que a expressão das lágrimas de grande parte da nossa pobre gente, que todos os dias chora, sofre e morre devido a esta situação de injustiça.