Em que consiste o projeto?
O objetivo é transformar um antigo orfanato com cerca de 800 m2, abandonado há dez anos, numa escola de música intermunicipal. Oferecemos aos alunos a possibilidade de trabalhar na reestruturação, seguindo as fases cronológicas de um verdadeiro projeto de trabalho. Os alunos partem da solicitação do cliente, a Prefeitura de Bailleul, e desenvolvem as várias fases, fornecendo a documentação completa e detalhada das soluções técnicas adotadas. Nessas etapas, cada aluno pode decidir, quando se sentir pronto e o desejar, que se faça uma avaliação de parte do seu trabalho associado para obter os certificados profissionais em “Estudos de Edificações” e “Técnico em Edificações”. Em sala de aula, todas as atividades são organizadas como num escritório e as avaliações acontecem em situações de trabalho.
Por que tomaram essa iniciativa?
Quando chega a um instituto profissional, a maioria dos alunos tem nos ombros experiências de abandono escolar. Esses alunos têm uma relação de conflito com a escola, pouca confiança em si e nos adultos. A criação de uma estratégia educativa e pedagógica geral, ativa, que se desenvolve em três anos, é, por isso, essencial, e a imersão numa situação real de aprendizagem ajuda muitíssimo. (...)
A nossa estratégia educativo-pedagógica é fruto de 10 anos de trabalho e de contínuas revisões. Até mesmo o Laboratório de Inovação Pedagógica da Universidade do “Littoral-Côte-d’Opale” interessou-se por ela, para replicá-la em seus cursos.
Como é realizado esse itinerário?
No primeiro ano, procuramos criar uma relação de confiança recíproca entre alunos e professores e entre os próprios alunos: é uma fase-chave. No ano seguinte, a relação de confiança instalada será transformada numa espécie de tutora, que tem em mira responsabilizar os alunos para alcançarem gradualmente uma posição profissional nos respectivos âmbitos. No terceiro ano, a posição do professor muda e torna-se quase a de um conselheiro que está ao lado dos membros da equipe na produção de um trabalho profissional. Fazendo assim, no final do itinerário os jovens estão realmente cientes das suas competências e como se posicionarem no mercado de trabalho.