Peru – P. Cayo: “O Covid-19 fez crescer o sentido da missão dos salesianos”

(ANS – Lima) – O Peru é o País que, na pandemia, teve mais mortos relativamente à população: mais de 206 mil óbitos sobre 30 milhões de habitantes. Atualmente está enfrentando a terceira onda – menos terrível que a segunda, iniciada há um ano e que durou até julho de 2021 – . Nesta entrevista, o P. Manuel Cayo, Inspetor do Peru, mostra um quadro da situação.

Que fizeram para responder às emergências criadas pelo Covid-19?

O primeiro projeto de auxílio da Igreja Católica foi a campanha de arrecadação de fundos “Respira, Peru!”, para construir diversas instalações estatais de oxigênio. A seguir, lançamos com a Igreja a campanha “Ressuscita, Peru!”, para oferecer um plano de auxílio e acompanhamento integral. Como salesianos, temo-nos movido com a Fundação Dom Bosco, do Peru, e fizemos o possível para que ninguém dos nossos ficasse sem emprego durante a pandemia. Conseguimos numa situação não fácil. Fizemos, por fim, campanhas de auxílio diretas, recolhendo alimentos que oferecer a mais de 90 “ollas populares” (como se chamam aqui as mesas dos pobres).

No Peru todas as escolas estão suspensas desde março de 2020, mas os salesianos mantiveram sempre abertas as suas 8 (oito) “Casas Dom Bosco”. Uma opção corajosa.

Uma opção ‘obrigatória’, diria. São centros para crianças com maiores dificuldades: ali elas vivem e estudam. Acolhemos os alunos dos nossos 25 centros escolares (infelizmente fechados há já quase dois anos) e garantimos, a essas crianças sem acesso à internet, que pudessem formar-se virtualmente, à distância. Isto ajudou muito às comunidades que tinham uma Casa Dom Bosco a suportar melhor o ‘lockdown’. Das nossas oito ‘Casas Dom Bosco’, sete se dedicam a alunos que se estão formando nas escolas ginasiais e colegiais. A oitava acolhe migrantes venezuelanos.

Como integram os venezuelanos que fogem da fome?

Param conosco de três a seis meses; nesse meio tempo, ajudam-nos nas campanhas alimentares. Por exemplo: decidiram renunciar a uma refeição semanal, para levá-la aos sem-teto que não tinham comida. Por nós já passaram mais de 800 maiores de idade venezuelanos. Passados os seis meses, ou ficam no Peru com um trabalho ou continuam a sua caminhada migratória pelo rumo de outros Países.

A quantos jovenzinhos estão ajudando neste momento?

A uns cinquenta, em cada uma das nossas Casas Dom Bosco: ao todo, a uns 400. E há também Monte Salvado, um Instituto agrícola que proporciona formação técnico-humanística, e que acolhe perto de 160 menores.

Como continua hoje o seu empenho?

Damos atenção e continuamos a ajudar ao povo. Nesse período, as Santas Missas virtuais se multiplicaram e foi muito dolorosa a realidade dos funerais, celebrados contatando com uma videochamada a quem era obrigado pelas normas pandêmicas a não participar. Também essa assistência foi significativa, para que os familiares recebessem assistência espiritual.

O Covid-19 acentuou o sentido da missão dos salesianos, que é o de estar a serviço do povo, no meio de quem mais sofre, usando o nosso carisma pelos jovens.

Poder-se-ia, claro, fazer mais. Entretanto, desde a minha perspectiva de Inspetor, revendo tudo quanto se fez, estou muito feliz de como reagimos nessa tão difícil emergência.

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