O Reitor-Mor descreveu então à ACI PRENSA que, em 1859, no início da Congregação, Dom Bosco dissera aos seus primeiros ‘associados’: "Nós nos chamaremos salesianos'... Ele não disse: 'Nos chamaremos 'bosquianos', usando o seu sobrenome, não! 'Nos denominaremos ‘salesianos’, porque Francisco de Sales seria o inspirador do nosso modo de estar com os jovens'”.
“Ou seja, há uma intensa conexão, para nós, salesianos, com Dom Bosco e com o nosso Patrono São Francisco de Sales.
O P. A. F. Artime lembrou outrossim que “o carisma de Dom Bosco e dos salesianos é a juventude, ou seja: a educação e a evangelização dos jovens no mundo”.
“Não é a escola – disse ainda -. Temos 1.900 escolas, 2.800 paróquias, mais de 3.000 oratórios, centros juvenis, casas para meninos em situação de rua, universidades, institutos de ensino superior... Mas o carisma não é o que fazemos: é o encontro com os jovens, rapazes e moças - e muitas vezes também com as crianças abandonadas nas ruas, em muitas cidades - com um só e único propósito: prepará-los para a vida e ajudá-los a viver uma vida plena de sentido. Esta seria a definição do salesiano de Dom Bosco, hoje, tal como a recebemos de Dom Bosco”, indicou.
“O Sistema Preventivo Salesiano não é um método pedagógico, mas um estilo de vida. Ou seja: formar rapazes e moças a um modo de ser e de se relacionar que os impeça de seguir estradas que os possam prejudicar”, alertou. E também esclareceu que a educação e a prevenção consistem sempre em que nos tornemos "educadores na Fé com grande liberdade" para que "os jovens possam descobrir o sentido de suas vidas também perante Deus".
Tomando como referência o último Capítulo Geral, o Reitor-Mor recordou de que tipo de salesianos os jovens precisam hoje: "Precisamos de salesianos que sejam sobretudo homens de interioridade, homens de Deus, homens para os outros, mas partindo de Deus e com raízes profundas em Deus. Precisamos de salesianos capazes de ir ao encontro dos jovens – deles e delas - e em particular dos mais pobres, dos mais necessitados, dos mais abandonados: isto é que é um empenho muito forte para nós”.
Por fim, o Reitor-Mor dos Salesianos destacou um traço da personalidade de Dom Bosco que pode ajudar o mundo de hoje: "Ele era, acima de tudo, um homem de grande Esperança, um homem que acreditava que no coração de cada pessoa havia sempre um pedacinho de bem que era importante descobrir, encontrar".
“Ele era um homem que acreditava que tudo era possível: mas ao mesmo tempo arregaçava as mangas para agir, para bater à porta, para pedir ajuda, para não estar sozinho... Creio que esta seja a mensagem para hoje: o mundo precisa de esperança. Não precisa de palavras vazias. Não precisa de vendedores de... ilusões. Precisa é de esperança, de razões sólidas, para continuar a viver e a confiar em quem nos está ao lado; e, para o caso de muitos de nós – concluiu – há que ter esperança para continuar a acreditar que Deus nunca nos abandona”.