EDITORIAL
Dizemo-nos especialistas em JOVENS. Não sei se o somos, mas uma coisa é certa: nós Salesianos temos os jovens em nosso DNA, desde o momento em que Bosco sonhou conosco, pensou em nós. A nossa identidade liga-se assim a eles a ponto de não se poder conceber um Salesiano longe dos jovens.
Criou algum choque ver o rosto do Papa Francisco ferido durante a Visita à Colômbia. A pancada na arcada acima da sobrancelha e no rosto, a veste branca suja de sangue. Um pequeno incidente com o Papamóvel que nos sugere quase imediatamente as palavras de Bergoglio e que me inspiraram o Editorial de ANS: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49).
“Talvez algum dia a memória nos será de ajuda até mesmo nestes acontecimentos”. São palavras com que Eneias encorajava os companheiros nas adversidades da sorte e nos perigos (Virgílio, Eneide, I, 203).
O cenário mundial vai-se mais e mais caracterizando ultimamente por um marcado clima de intolerância difusa: a violência e a xenofobia geram uma cultura de divisão. Desse modo, na vida de cada dia – tanto na família quanto com os amigos e nas associações ou grupos – experimentamos, de um lado, a necessidade de viver relações autênticas e, do outro, a triste realidade do desgaste, da falência...