As mobilidades sociais, da rua e da rede, das praças e dos dispositivos, no contato face a face com outros jovens ou através de uma #hastag, não admitem a visão dual própria das gerações de adultos, fechadas entre o binário e o dual: alma e corpo, real e virtual, objetivo e subjetivo, sustância a acidente. Os jovens estão se configurando como um novo mapa no território, tanto das movimentações físicas como da rede, com a criação de novos códigos, linguagens e estéticas. Certamente como educadores devemos considerar uma nova linguagem e pensar nas “mobilidades juvenis” porque estamos habituados a compreendê-las em termos de presença física, subestimando o virtual como se ele não fosse real. Contudo, para os jovens não há limite entre essa dupla presença, física ou virtual, mas um único espaço/tempo que entrelaça os dispositivos tecnológicos com a organização do encontro, com um intercâmbio sem distinções das modalidades de presença.
Devemos considerar a mobilidade dos jovens em relação à estabilidade das instituições. Instituições como a nossa devem acompanhar o movimento dos jovens ou entrarão num declínio sem precedentes (como já estamos percebendo). Deveríamos, sobretudo, dar forma a propostas que tenham presentes e que incorporem o emotivo e o afetivo, as novas gramáticas juvenis e o intercâmbio de códigos; não só o racional e as normas, a pertença e a identidade, as propostas e as respostas, as estruturas e as nossas organizações.
Para fazer esse exercício de intercâmbio de linguagem e de instituições requer-se a capacidade de conquistar o futuro: não é possível deixar que a experiência juvenil permaneça ligada a modelos de instituições anacrônicas, dobradas sobre velhas seguranças ou ancoradas na nostalgia de tempos gloriosos, mas passados. Porque os jovens têm urgente necessidade de propostas que integrem os componentes emocionais, afetivos, compreendidos também as várias formas de protesto e rebeliões juvenis.
O Salesiano educador para estes tempos novos é um homem que, como Dom Bosco, não tem medo de enfrentar as situações de incerteza e movimento, está sempre atento à escuta de suas preocupações, questionamentos e formas de expressão.
A nova realidade de movimento juvenil desafia o carisma e as instituições. Se as instituições quiserem viver no mundo dos jovens, devem movimentar-se com eles. Ou morrer!