Antigamente, a Venezuela fora o Estado mais rico da América do Sul, mas políticas econômicas desastrosas, que miraram apenas o petróleo e desestimularam outros setores produtivos, transformaram em poucos anos uma nação próspera num Pais com fome: os níveis de inflação estão próximos ao 5.000% ao ano, os comerciantes são obrigados a elevar os preços ao menos duas vezes por semana.
“Um quilo de leite em pó custa mais do que o salário médio mensal. Como podem as mães venezuelanas dar de comer aos seus filhos?”, perguntou há poucos dias o Card. Jorge Urosa Savino, arcebispo de Caracas, numa conferência de imprensa organizada pela Fundação Pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre”.
Segundo a Caritas nacional seriam ao menos 16,8% as crianças gravemente subnutridas: a desnutrição já ceifou vítimas entre os mais pobres e muitos estão morrendo ou estão em perigo.
Nesse teatro tão dramático a Igreja venezuelana, embora com recursos muito limitados, procura satisfazer as necessidades da população. “Em muitas paróquias a Igreja supre a fome dos venezuelanos através das ‘panelas solidárias’. Nossos sacerdotes e nossas religiosas são realmente heróis ao lado dos pobres da Venezuela”, disse o Card. Urosa Savino.
E silenciosamente, mas em movimento fundamental de solidariedade, estão também os Filhos espirituais de Dom Bosco: presentes no País desde 1895, atravessaram mais de um século ao lado dos venezuelanos, oferecendo-lhes educação e apoio. Agora, porém, foram obrigados pelas circunstâncias a uma mudança de prioridade e estão também eles na primeira linha contra a violência a fome incontida.
O objetivo primário é garantir apoio nutricional a quem gravita ao redor de seus Centros. Agora vai-se provendo à situação, embora com soluções diversas e de acordo com os casos: paróquias em que se distribui um sopão uma vez por semana, escolas nas quais se oferecem três refeições por dia, outras estruturas educativas oferecem um lanche todos os dias.
Para reforçar essa iniciativa solidária, tão necessária, “Missioni Don Bosco”, de Turim, lançou um apelo à solidariedade.