Pelo P. Sony Pottenplackal SDB
Esperamos que as imagens angustiantes de clandestinos e náufragos difundidas nos últimos 3-4 anos tenham conseguido informar a consciência coletiva acerca dos profundos problemas relativos às sociedades atuais, como, p. ex., a migração em vasta escala, a incapacidade ou a inexistente vontade de as nações acolherem, aceitarem, integrarem os migrantes.
O nascimento da Libéria – primeiro país independente da África – pode ser reconduzido exatamente às migrações: no século 19, cerca de 15.000 colonos afro-americanos chegaram dos EUA. No decorrer do século 20 a migração para a Libéria continuou. Até que a guerra civil dos anos ’90s inverteu a tendência. Hoje, muitos anos depois do fim do conflito, as condições de vida na Libéria não voltaram a níveis aceitáveis. A situação atual leva as pessoas a considerar que “em casa nada de bom se pode esperar” e que “é preciso mandar-se de casa ou, ao menos, ajudar um membro da família a deixar o país”.
Além disso, os migrantes de retorno fornecem incentivos enganosos. O seu estilo de vida dá a péssima impressão de que quem quer que migre conseguirá assegurar uma vida boa e fácil, enquanto que, na realidade, a maior parte se arranja com multíplices trabalhos e ritmos aloucados para poder ao menos sobreviver e mandar algum dinheirinho aos seus.
“O Sonho Americano” goza ainda de ótima saúde na Libéria... A fantasia de que o que é do vizinho é sempre melhor alimenta as aspirações a seguir o mesmo caminho: mas isso tem um custo. Um custo para o País e para todo o Continente. Isso exacerba a 'provisoriedade' da vida na África e promove uma certa passividade: “Por que investir tempo e recursos no que há aqui, se devo depois recomeçar alhures”?
A migração causa uma “fuga dos cérebros” e fragmenta as famílias. Se não criarmos melhores condições de vida e líderes de... visão, se não erradicarmos a pobreza e garantirmos a justiça, as nações pobres continuarão a alimentar a migração.
Na atual situação, qual a solução? O trabalho, o trabalho, o trabalho! E como chegar a isso? Sensibilizando, educando e desenvolvendo competências nos jovens.