Indonésia – Uma presença encorajadora: os Filhos de Dom Bosco e seu apostolado no maior país islâmico do mundo
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04 setembro 2024

(ANS – Jacarta) – Como primeira etapa da sua 45ª Viagem Apostólica, a mais longa do seu pontificado, o Papa Francisco escolheu a Indonésia: país que, há mais de trinta anos, conta com uma presença salesiana, onde os Filhos de Dom Bosco atuam em diversas obras e numerosos apostolados ao serviço dos jovens – e, como queria Dom Bosco, em particular dos mais pobres e necessitados.

A Indonésia é um país do Sudeste Asiático localizado entre os oceanos Índico e Pacífico. É o maior arquipélago do mundo, composto por mais de 17.000 ilhas, muitas das quais ainda desabitadas, enquanto nas ilhas maiores – Java, Kalimantan (Bornéu), Irian Jaya (Papua), Sumatra e Sulawesi (Celebes) – fica a maior parte da população.

A Indonésia é um país etnicamente diverso, com aproximadamente 1.300 grupos étnicos nativos distintos. O governo reconhece oficialmente apenas seis confissões religiosas: Islamismo, Protestantismo, Catolicismo, Hinduísmo, Budismo e Confucionismo. De um total de aproximadamente 275 milhões de habitantes, 86,7% da população é muçulmana (o que o torna o país com maior número de islâmicos no mundo) e 10,7% são cristãos (7,6% protestantes, 3,12% católicos). Em termos absolutos, há aproximadamente 8.300.000 Católicos, espalhados por 39 Dioceses.

Os salesianos chegaram a Jacarta, capital da Indonésia, em 1985. Moravam numa pequena casa alugada, situada em frente a uma mesquita. O falecido P. José Carbonell Llopes foi o primeiro Diretor dessa Casa. Na época, a presença salesiana na Indonésia não visava uma Obra específica, mas constituía principalmente uma base para a entrada de missionários salesianos em Timor-Leste, o qual ainda se encontrava sob o controle do governo indonésio.

Porém, quando os Filhos de Dom Bosco se estabeleceram no local, começaram a chegar muitos pedidos de ajuda. O vizinho Instituto Técnico “Strada”, dirigido pelos Jesuítas, pediu aos salesianos que celebrassem a Missa uma vez por mês e administrassem o Sacramento da confissão aos alunos católicos. Foi assim que, nesse período, as vocações salesianas no país começaram a aumentar.

Durante quase 15 anos, a atenção das Obras salesianas e o seu desenvolvimento se concentravam em Timor-Leste. Somente em 1999, quando o exército indonésio deixou Timor-Leste, os Salesianos puderam começar a desenvolver uma pastoral salesiana na Indonésia e, de fato, depois de ter sido por anos uma Delegação Inspetorial na Visitadoria Indonésia-Timor Leste (ITM), em 2018 foi constituída como Visitadoria Salesiana autônoma da Indonésia (INA), dedicada a São Luís Versiglia.

Hoje, a Visitadoria INA é composta por oito Casas salesianas, espalhadas por apenas três ilhas: Blitar, Purwodadi, Surabaya, Tigaraksa e os dois centros da capital Jacarta-Sunter e Jakarta Wisma, todos na ilha de Java; além da casa de Sumba, na ilha de mesmo nome, e, por fim, Labuan Bajo (na ilha das Flores, de população predominantemente católica), inaugurada em 2022 por iniciativa do X Sucessor de Dom Bosco, o atual Cardeal Ángel Fernández Artime.

A INA é hoje animada por 59 salesianos e enviou vários dos seus filhos como missionários a vários países, como Equador, Brasil, Mongólia, Holanda, Paraguai, Papua-Nova Guiné.

Uma das características distintivas da missão salesiana na Indonésia é a Formação Profissional. Os centros salesianos oferecem cursos de inglês, informática, manutenção de veículos, mecânica, carpintaria, solda, gestão de sistemas elétricos e outros cursos técnicos, destinados a ajudar os jovens a encontrar uma entrada digna no mundo do trabalho. Os mesmos centros também desenvolveram boas colaborações com indústrias e empresas locais.

Os salesianos são conhecidos por seu trabalho a serviço dos jovens e pelo Sistema Preventivo que oferecem nas escolas, nos Centros de Formação Profissional, nos internatos e em todas as suas atividades. “Por onde vamos, nos deparamos com muitos jovens - abandonados e pobres”, disse ao Boletim Salesiano o salesiano P. André Delimarta, quando prestava serviço no seu país (hoje é missionário na Malásia.NdE). “Estes jovens precisam muito de assistência, não apenas educativa e espiritual, mas também financeira. Muitos deles provêm de famílias pobres de agricultores cujo sustento depende das condições aleatórias da natureza. Por exemplo, os alunos de Sumba pagam os cursos escolares com sementes ou animais: cabras, porcos, galinhas...".

A presença dos salesianos na Indonésia, que surgiu num ambiente multirreligioso e de minoria cristã, representa por si só uma manifestação plena da finalidade da sua presença: o bem dos jovens, qualquer que seja a religião que professem.

Hoje, o futuro dos Filhos de Dom Bosco na Indonésia se nos afigura mui brilhante: os Salesianos são admirados pela população e pela Igreja local. Seu trabalho é frequentemente solicitado não apenas para a formação técnica, mas também para a pastoral juvenil nas paróquias, para pregar retiros para os jovens, organizar atividades e seminários, sem falar dos numerosos Bispos que esperam que os Filhos de Dom Bosco vão ajudar os jovens das suas Dioceses a se prepararem para o futuro.

Também não devemos esquecer, entre os fatores incentivadores, a baixa média de idade dos salesianos indonésios, e a presença da Família Salesiana, que cresce lentamente e que já conta com a atividade de Salesianos Cooperadores, de Filhas de Maria Auxiliadora, de centenas de Ex-Alunos de diversas Formações Profissionais e de alguns membros da Associação de Maria Auxiliadora (ADMA).

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