França – “Dom Bosco utilizou os jogos físicos e a ginástica como instrumento educativo”
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12 agosto 2024

(ANS – Paris) – Depois das Olimpíadas de 2024, em que os olhos do mundo se fixaram em Paris para ver as exibições e performances de milhares de atletas de todos os países e nações, o salesiano P. Jean-François Meurs, da Inspetoria São Francisco de Sales, da França Sul-Bélgica (FRB), nos ajuda a avaliar, segundo Dom Bosco, o papel do esporte, do jogo, da atividade física.

Desde a infância, João Bosco foi um acrobata: costumava correr, subir em árvores, dar saltos e cambalhotas, fazer flexões... Tudo isso foram, sem dúvida, recursos naturais para satisfazer sua necessidade de movimento. Mas em suas Memórias ele nos lembra, acima de tudo, o prazer que nisso ele sentia: no espetáculo, na corda bamba, nas subidas no pau de sebo (cocanha), em vencer nas corridas... Em suma, nos sucessos que lhe trouxeram alegria e permitiram que ele se destacasse no pequeno mundo ao seu redor.

Mas, o que dizer dos anos de maturidade, quando em Valdocco ensinava grupos de adolescentes pouco educados, cheios de energia e em busca de diversão?

Havia esporte em Valdocco?

Até o final do século XIX, não havia um esporte organizado como o futebol nas escolas e clubes italianos, embora meninos e adultos jogassem bola nas ruas, seguindo diversas regras: com os pés, com as mãos e... por aí. Aos poucos, porém, começaram a jogar de acordo com regras fixas e comuns, o que favoreceu a promoção de competições entre escolas e clubes.

Para Dom Bosco, não se tratava de esporte organizado, mas de atividade física em geral: barras, corrida com sacas, salto em distância... A diferença é que o ‘jogo’ é uma atividade aberta a todos, enquanto o ‘esporte’ se destina a pequenos grupos de jovens com determinadas habilidades. Em outras palavras, Dom Bosco usava brincadeiras, jogos físicos e ginástica como ferramentas educativas.

Brincar é fundamental

O conceito de diversão (em Dom Bosco) é inovador, porque reconhecendo a sua utilidade, ele viu a sua importância para o desenvolvimento integral dos jovens. Brincar é essencial para o crescimento da criança e do adolescente, pois ajuda a direcionar as energias e impulsos, controlar suas forças e adquirir um melhor senso de si mesmo por meio da competição com os outros, incentivando o contato e a interação.

Dom Bosco sempre queria um pátio grande, onde pudesse brincar um grande número de jovens. Sua ideia de recreação era incomum para sua época, pois na época as pessoas se contentavam com um pequeno jardim onde pudessem passear em pequenos grupos e conversar. Para ele isso não bastava: Dom Bosco queria movimento, atividade física – intensa, segura.

Os educadores participam ativamente, mas sem abandonar o seu papel de supervisão. Para Dom Bosco ficou muito claro que assim não perderiam a dignidade; pelo contrário, ganhariam a amizade e a confiança dos jovens. Estava convencido de que isso dava força à sua presença. Ele próprio gostou de participar de brinquedos tanto quanto possível e continuou a liderá-los. Encorajava um, convidava outro, aproveitava para dizer uma palavrinha a um terceiro, ou para inserir uma palavra de solidariedade, de conforto a quem precisasse.

Para Dom Bosco, o brinquedo era uma grande ferramenta para afastar a tristeza e os maus pensamentos; e evitar os transtornos associados à ociosidade e ao tédio: ele procurava sempre criar um clima de diversão e de alegria: considerava tudo isso um pré-requisito para a educação. E ele sabia bem disso, uma vez que se acostumara a experimentar essa alegria quando criança, quando suas acrobacias e façanhas físicas se tornavam um espetáculo que enchia os olhos e comovia as mentes e os corações dos seus conterrâneos.

P. Jean-François Meurs SDB

Fonte: Don Bosco Aujourd’hui

InfoANS

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