RMG – Dom Bosco sonhador: o sonho das duas colunas
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29 janeiro 2024

(ANS – Roma) – Com a proximidade da festa de São João Bosco, neste ano do Bicentenário do seu sonho mais famoso – o ‘Sonho dos Nove Anos’ – , queremos propor aos leitores da ANS um trio de sonhos entre os mais bem conhecidos e significativos, considerados de caráter “profético” pela Congregação e para a Igreja. Começamos hoje por aquele que passou para a história como “O Sonho das Duas Colunas” (MB VII, 169-171), cujo conteúdo, tão verdadeiramente eclesial, é frequentemente citado e lembrado em muitos lugares e circunstâncias diferentes, mesmo fora do mundo salesiano.

Dom Bosco contou este sonho na noite de 30 de maio de 1862.

“Imagine estar comigo na praia, ou melhor, numa rocha isolada e sem ver nenhum outro espaço na Terra, senão o que você vê sob seus pés. Em toda aquela vasta superfície das águas, veem-se uma quantidade inumerável de navios postos em ordem de batalha, cujas proas se terminam numa como flecha de ferro pontiaguda. Esses navios estão armados de canhões e carregados de armas de todos os tipos, de material incendiário, até de... livros. Eles avançam contra um navio que é muito maior e mais alto que todos, tentando abalroá-lo com sua proa, incendiá-lo, causar-lhe todos os danos possíveis.

Esse majestoso navio, totalmente equipado, é escoltado por muitos navios que recebem ordens dele e realizam evoluções para se defenderem da frota adversária. Mas o vento está contra eles e o mar agitado parece favorecer os inimigos.

Em meio à amplidão do mar, duas fortes e altas colunas se erguem das ondas, não muito longe uma da outra. Acima de uma delas se encontra a estátua da Virgem Imaculada, a cujos pés está pendurada a inscrição: - AUXILIUM CHRISTIANORUM (Auxílio dos Crsitãos); - acima da outra, mais alta e forte, está uma Hóstia de tamanho proporcional à coluna com abaixo a escrita: - SALUS CREDENTIUM (Salvação dos que creem).

O Comandante Supremo da grande nau - que é o Romano Pontífice – em vendo a fúria de seus inimigos e a terrível situação em que os seus seguidores se encontram, pensa em convocar os pilotos das naves secundárias à sua volta para tomarem conselho e decidir o que se deva fazer. Todos os pilotos sobem e se reúnem em torno do Papa, que vendo o vento e a tempestade se enfurecerem cada vez mais, os remanda a governar suas naus.

Após a calmaria, o Papa reúne os pilotos a sua volta pela segunda vez, enquanto a Nau capitã prossegue seu curso. Mas a tempestade retorna. Assustadora. O Papa está no leme e todos os seus esforços são direcionados a conservar o navio no meio daquelas duas colunas, das quais pendem muitas âncoras e ganchos.

Os navios inimigos tentam atacá-lo e afundá-lo: alguns com escritos e livros, outros com material incendiário, que tentam jogar a bordo; outros ainda com canhões, armas e mais. A luta se torna cada vez mais acirrada, mas seus esforços acabam em nada: a grande Nau segue impávida seu caminho com segurança e tranquilidade. Ocorre por vezes, que, atingida por duros impactos, ela se fenda larga e profundamente em seus lados, mas imediatamente uma rajada de vento sopra das duas Colunas e as rachaduras se fecham, as fendas se tapam.

Nesse meio tempo, também os canhões dos atacantes explodem. Os canhões e todas as demais armas se rompem. Muitos navios se quebram. Afundam. Então os inimigos, furiosos, começam a lutar com armas curtas, também com as mãos, com punhos, com blasfêmias.

De repente, o Papa, gravemente atingido, cai. Mas é imediatamente resgatado. Cai uma segunda vez. E morre.

Um grito de vitória e alegria ressoa por entre as hostes nimigas É realmente um grito de júbilo - indescritível - o que percorre pelas naus inimigas.

Entretanto, logo que o Papa morreu, um outro lhe assumiu o lugar. Os pilotos reunidos o elegeram tão rapidamente que a notícia da morte de um chega junto com a notícia da eleição do seu Sucessor. Os inimigos começam a perder a esperança...

O novo Papa, batendo e vencendo todos os obstáculos, leva sua Nau para entre as duas Colunas, firmando-a com correntes à Coluna da Eucaristia e à Coluna da Virgem Imaculada.

Então, o tumulto que se cria é pavoroso: todos os navios inimigos fogem, espalham-se, entrechocam-se; uns afundam, outros se atacam mutuamente, enquanto os navios que lutaram bravamente pelo Papa também vêm se unir às duas Colunas.

E uma grande bonança passa a reinar sobre mar".

Neste momento, Dom Bosco questionou o P. Rua: “O que você acha deste sonho?”

O P. Rua respondeu: “Parece-me que o navio do Papa é a Igreja, os navios são os homens, o mar é o mundo. Os que defendem a grande nau são os bons, os Fiéis à Igreja; os outros, seus inimigos que a combatem com todo o tipo de armas. As duas colunas da salvação, parece-me, são a devoção a Maria Santíssima e à SS. Eucaristia”.

“Você disse bem – disse Dom Bosco – ; Você só precisa corrigir uma expressão: os navios dos inimigos são as perseguições. Problemas muito sérios estão sendo preparados para a Igreja. O que aconteceu até agora não é quase nada em comparação com o que está por vir. Restam apenas dois meios para livrar-se de tantas turbulências: a devoção a Maria Santíssima e a Comunhão frequente”.

InfoANS

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