Itália – Em tempos de guerra, divulgar as ações pacificadoras
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04 maio 2022

(ANS - Turim) - As notícias dos últimos meses sobre o conflito na Ucrânia revelam ao público uma grande quantidade de dados sobre armamentos, operações de ataque e defesa, consequências trágicas sofridas por soldados e civis ou pelos territórios onde estes se encontram. Mas pouco se fala sobre os apelos de cessar-fogo, ou sobre os esforços reais das diplomacias – que não se encontram sob os holofotes – mas estão verdadeiramente empenhadas em alcançar acordos de paz, ações de defesa não violenta e fazer valer o respeito aos direitos humanos, mesmo em estado de beligerância.

Nem mesmo o contato que uma grande base de cidadãos comuns faz com refugiados, ajudando-os a fugir, acolhendo-os em caso de emergência ou oferecendo alojamento a médio prazo, encontra a devida relevância nas páginas dos jornais, para além da emoção despertada por casos humanos individuais. É a "regra do jornalismo", dirão alguns: identificar um caso extremo para atrair a atenção na direção da situação generalizada. É uma pena, no entanto, que tais solicitações de solidariedade não sejam noticiadas, uma vez que facilitaria uma resposta mais duradoura. E corroboraria a opinião pública que se opõe à guerra e às mistificações das campanhas de comunicação vigentes.

"Missioni Don Bosco" (Procuradoria Missionária Salesiana). de Turim, tem o privilégio de poder tocar o "outro lado" desta guerra e, infelizmente, também das numerosas outras atualmente vigentes nos vários continentes.

Os salesianos da Ucrânia, juntamente com os países vizinhos, acolhem sem clamor as multidões de deslocados; toda a Congregação está constantemente providenciando, mesmo de longe, os itens necessários, não somente para suprir as necessidades básicas de sobrevivência mas também para fazer as casas funcionarem e fornecer apoio físico e psicológico às mulheres e crianças traumatizadas, atuando para que não faltem escola e lazer para as crianças.

O serviço de comunicação, tomado como um compromisso mais forte neste momento, consiste em dar notícias sobre: a fraternidade que se expressa e se organiza; a inteligência que orienta a ação imediata junto com os planos de reconstrução a longo prazo; a esperança que os religiosos e os leigos também estão cultivando nos locais onde o mal parece inextirpável.

São de ajuda insubstituível as pessoas – salesianos, religiosos, leigos, voluntários... – que trabalham no local para colocar em segurança crianças órfãs ou sem família, entre outras situações, salvando-as do risco de sequestro ou de deportação; ou então as pessoas que defendem a dignidade da mulher, a quem cabe a responsabilidade da família; aqueles que se dirigem à linha de frente para levar palavras de conforto e manter elevada a Fé em Deus naqueles que diariamente se deparam com a... morte.

Os salesianos celebraram a Páscoa de acordo com os calendários latino e bizantino, desafiando também a ausência de suspensão da guerra nos dias sagrados, para responder a um chamado inevitável, para testemunhar a Ressurreição. Ao mesmo tempo, eles comunicaram a tenacidade de seu povo, reunido nas igrejas e em torno delas em quantidade forçosamente reduzida, e os informaram sobre a amizade cristã que os apoia, mesmo à distância.

Eles perpetraram – por meio de suas ações - aquela "informação construtiva" que poderá superar a "desinformação destrutiva" dos cultores da morte.

Antonio R. Labanca

Para mais informações: www.missionidonbosco.org 

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