O ‘Diretório para a Catequese’ é um documento da Santa Sé confiado a toda a Igreja. Dirigido primariamente aos bispos, servirá, porém, sobretudo no trabalho ordinário de evangelização de sacerdotes, diáconos, pessoas consagradas e de milhões de catequistas.
O texto apresentado ontem, resultado de uma ampla consulta internacional, é o terceiro feito desde o Concílio Vaticano II. Os dois anteriores marcaram os últimos 50 anos de história da catequese; mas Dom Fisichella indicou dois requisitos específicos para a realização deste novo Diretório: o grande desafio da cultura digital; e depois, em nível mais teológico e eclesial, a necessidade de dar continuidade aos percursos sinodais já empreendidos pela Igreja nos últimos 15 anos.
O Prelado salientou em seguida como este Diretório se qualifique para respaldar uma "catequese kerigmática", na qual o "coração da catequese é a proclamação da pessoa de Jesus Cristo, que ultrapassa os limites de espaço e tempo, para apresentar-se a cada geração como a novidade oferecida para se alcançar o sentido da vida".
O Diretório se desdobra depois tocando variadas temáticas que nada mais fazem senão referir-se ao objetivo fundamental: tornar conhecido o amor cristão que leva aqueles que o acolheram a tornar-se discípulos evangelizadores".
Um traço de novidade, por exemplo, é o vínculo entre evangelização e catecumenato, em seus vários significados: quer-se aqui favorecer uma "conversão pastoral" que contribui para liberar a catequese daqueles laços que lhe impedem ser eficaz - como o de "matéria escolar", com o qual o catecismo é frequentemente ministrado.
Posteriormente, enfatiza-se a importância da formação ao uso da "via da beleza" dos catequistas, indicada como uma das " fontes" da catequese.
Outra dimensão ressaltada pelo Diretório é a de manter unido o mistério da Fé, "embora se articule nas diferentes fases de expressão" (teologia, liturgia, caridade).
Em conclusão, o novo Diretório "apresenta a ‘catequese kerigmatica’, que [....] acha o seu ponto forte no encontro". É que "durante muito tempo a catequese focalizou seu esforço em dar a conhecer os conteúdos da fé e da pedagogia para transmiti-los, deixando de lado o momento determinante, i. é: o ato de optar pela Fé e dar-lhe o próprio assentimento"; enquanto que a catequese que dá primazia ao Kerigma, sublinha antes de tudo que a opção pela Fé é "um ato de liberdade, porque se descobre que se é amado".