Dados divulgados em 2019 pela Unicef apontam para uma realidade alarmante na Bolívia: "meio milhão de crianças com menos de 12 anos não têm registro de nascimento, 210.000 são órfãs e 366.000 foram abandonadas; 313.000 crianças são forçadas a trabalhar e cerca de 2.200 vivem nas ruas”.
Uma das obras que os salesianos estão dedicando a essas crianças vulneráveis está em Santa Cruz de la Sierra. Graças à iniciativa do P. Ottavio Sabbadin, foi lançado há 19 anos o "Projeto Dom Bosco", que educa centenas de menores vulneráveis, segundo os princípios do Sistema Preventivo de Dom Bosco.
A Bolívia, com todas as suas riquezas naturais, é um país muito pobre. Está entre os 10 países mais pobres da América em termos de renda ‘per capita’; e essa situação se reflete nos salários, que em nenhum caso atingem uma média de 100 dólares.
Os grupos mais fracos são os que mais sofrem com a injustiça social: muitas as famílias que correm o risco da exclusão social devido à crise política, econômica e social que o país enfrenta.
Embora existam leis e iniciativas para proteger as crianças, somente 7% das que vivem em áreas rurais chega a concluir os oito anos de escolaridade obrigatória.
O Projeto Dom Bosco é uma iniciativa voltada à recuperação e reintegração social dessas crianças de rua. Conta com três centros localizados na cidade de Santa Cruz de la Sierra: o ‘Hogar Don Bosco’, o refúgio ‘Mano Amiga’ e o "Barrio Juvenil Don Bosco".
Esses centros são frequentados por 900 crianças em situação de alto risco social, mas, graças ao "Pai Otávio" – como as crianças o chamam – e aos demais salesianos e colaboradores, essas crianças e jovens podem receber uma educação para o futuro e, quando possível, a reintegração em suas famílias de origem.