Na área metropolitana de Buenos Aires, que agrega perto de 15 milhões de habitantes, os salesianos atendem a grandes paróquias e enormes escolas: mas as que agora maiormente chamam a atenção são as obras em favor dos meninos mais pobres: meninos de rua, desocupados e, com frequência, escravos da droga, os imigrados provenientes do Paraguai, Bolívia, Venezuela… A toda essa pobre gente, que se estabelece nos ‘barrios’ periféricos da metrópole, a Argentina não a trata como se fora clandestina: reconhece-a imediatamente, dá-lhe um carta de permanência, garante-lhe do melhor modo possível o acesso aos serviços de base, quais são a escola e a saúde: estatais, gratuitas, para todos.
A maciça presença de obras salesianas na área de Buenos Aires pode-se comparar com a de Turim ou do Piemonte.
Há institutos com milhares de alunos, desde o Jardim até o Colegial. Também “obras de fronteira”, nascidas mais recentemente entre casas e barracos, que sevem a centenas, milhares, de pobres. Convém também notar que ali a “missão partilhada” entre SDB e Leigos é já uma realidade: algumas casas salesianas são hoje levadas avante só por Leigos bem preparados e apaixonados pelo carisma salesiano.
Um verdadeiro posto avançado missionário nas periferias é a Paróquia Dom Bosco, no município de Quilmes, sul de Buenos Aires. Ali perto, cerca de 60.000 pessoas vivem em condições desumanas, de mistura com vira-latas e ratos e suínos, que circulam livremente por entre os montes de lixo...
Os três salesianos da Comunidade são pobres entre os pobres, mas fazem de tudo para ajudar a população: montaram uma Cooperativa que recolhe e diferencia rejeitos e descartes. Além disso iniciaram cursos de formação profissional rápidos (marcenaria, carpintaria, manuseio de metais, gastronomia) para ensinar um ‘ofício’ aos jovens; mantêm além disso um lar-família em que residem 25 meninos carentes.
Depois de um dia junto com esses pobres rapazes, os salesianos dão-lhes uma substanciosa ceia. (É que mui frequentemente esses pobrezinhos se drogam somente porque têm... fome: e um pouco de veneno no sangue os ajudam a esquecer a miséria em que vivem.)
Hoje, como em 1875, há em Buenos Aires jovens pobres e abandonados que ainda precisam de alguém que lhes queira bem e os ajude a crescer.