A primeira peça da qual temos registro no ambiente do oratório salesiano de 29 de junho de 1847, segundo as "Memórias biográficas de dom Giovanni Bosco".
O Pai e Mestre da Juventude fundara o oratório para ensinar seus filhos sobre as profissões e para mantê-los longe das atividades criminosas, da pobreza e do desânimo. Quando começou a oferecer cursos regulares em disciplinas como Línguas ou Matemática, houve uma migração dos oratórios para as escolas, que foram então transformadas em internatos.
Foi naquele contexto de tempo e espaço que dom Bosco considerou adequado introduzir o teatro como uma ferramenta educacional, com o intuito de transmitir bons valores e garantir que as crianças se mantivessem ativas durante o tempo livre, após terminarem seus estudos diários.
Posteriormente, o fundador do oratório escreveu "Regras para o teatrinho", uma compilação de 19 normas que ainda hoje servem de referência para a profunda compreensão do mundo da educação, entre as quais a atenção às exigências especiais do teatro.
Para compreender o seu conteúdo, basta observar as metas que dom Bosco quis atingir usando o teatro (que deve ter um "caráter didático") como instrumento: "esclarecer, educar, instruir, especialmente do ponto de vista moral, os jovens".
Naquelas 19 regras, dom Bosco soube reunir recomendações de natureza religiosa e educacional, "sejam removidas as expressões pouco cristãs e aquelas palavras que, pronunciadas em qualquer outro lugar soariam como incivilizadas e demasiado despudoradas", a observações puramente teatrais: "recomende-se aos atores entonação de voz natural, com uma pronúncia clara e postura relaxada e segura".
Por fim, acreditando que o teatro possa ser um válido instrumento para a transmissão de princípios, as representações devem ser "agradáveis e adequadas para recriar e entreter, mas sempre instrutivas, morais, e curtas".