Por Anita Motha BOVA
São 52 os rapazes entre 7 e 21 anos – todos com HIV, quase todos desde o nascimento, e também quase todos órfãos de um genitor – são eles os residentes do Centro Salesiano. O Diretor, P. Daniel Sebastian, no decurso dos últimos cinco anos desenvolveu uma estrutura com abordagem holística. Assim, todos os jovens são responsáveis pela alimentação e cuidado dos animais que existem no Centro; todos igualmente trabalham a terra, cuidam das árvores frutíferas, cultivam verduras e milho…
Nos dias feriais se faz uma hora de esporte por dia; nos fins de semana, duas. Cada duas semanas há atividades teatrais, de canto, de dança…: todas atividades de que os jovens participam com entusiasmo e exprimem seus talentos. A instrução é muitíssimo acurada: além das aulas, estuda-se durante mais duas horas por dia. O calendário de atividades é realmente denso: só no fim de semana há um pouco mais de tempo para descansar.
Todas as crianças/adolescentes tomam os medicamentos duas vezes ao dia. Esses rapazes, em dando atenção à própria saúde, apoiados emotiva e espiritualmente por uma equipe, têm maiores expectativas de... vida.
O Centro aplica a metodologia salesiana: e é, para todos, casa, escola, pátio, igreja. Poucos são os católicos, mas todos participam das orações da manhã e da noite, ou da Missa nos dias de Festa. Auferem dos ensinamentos de Dom Bosco uma grande força: humana e espiritual.
Destituídos da menor culpa, esses rapazes lutam desde o nascimento contra o HIV. Nas vilas de onde procedem há um estigma social para com essa doença; mas eles sofrem também pela rejeição das comunidades e pela apatia das famílias, para as quais com frequência são um peso econômico e emotivo. Esses jovens sabem que provavelmente morrerão... jovens. Alguns viram os pais morrerem; ou devem conviver também com o fato que têm irmãos e irmãs maiores, que não carregam o vírus. São pois jovens que, além de todos as normais desafios da infância e da adolescência, devem também enfrentar problemas – enormes! – como esses.
Sem o cuidado solícito e elogiável, e sem o sacrifício cotidiano, desinteressado, dos Filhos de Dom Bosco, esses adolescentes hoje nem mesmo poderiam estar ainda ali...