O santuário de Maria Auxiliadora de Matunga é, hoje, um lugar de passagem obrigatória para todos os devotos marianos que viajam a Mumbai, e tem uma história de grande prestígio. A permissão para construí-lo foi concedida pela Câmara Municipal de Mumbai em 1955, mas a pedra fundamental já havia sido abençoada e lançada, no ano anterior, pelo Cardeal Valerian Gracias, em 7 de dezembro de 1954.
Posteriormente, em dois anos, o colossal monumento ficou pronto, graças ao árduo trabalho de todas as pessoas nele envolvidas, e em 5 de agosto de 1957, o Bispo Auxiliar de Mumbai, Dom Longinus Pereira, abençoou e inaugurou o santuário.
Em 28 de novembro de 1964, o Santuário foi formalmente consagrado pelo Arcebispo Dom Hubert D'Rosario juntamente com outros sete bispos, por ocasião do início do 39º Congresso Eucarístico Internacional. Apenas uma semana depois, em 4 de dezembro de 1964, o Papa Paulo VI o visitou e abençoou a imagem de Maria Auxiliadora, que ainda hoje é exibida na procissão anual.
Projetado por dois arquitetos locais, Patkil e Dadarkar, o santuário de Maria Auxiliadora tem a tradicional forma de cruz latina, a cúpula principal no santuário e as duas menores na entrada são referências típicas da arquitetura das igrejas romanas. A fachada, ao estilo das antigas igrejas romanas, é marcada por um portal em arco, preenchido por um enorme mosaico representando Dom Bosco com Nossa Senhora, ladeado nas laterais por duas torres sineiras.
A parte externa do santuário é revestida por granito Malad marrom dourado. Mas o que chama a atenção de imediato é a estátua banhada a ouro de Maria Auxiliadora, com 4 metros de altura, majestosamente erguida no topo da cúpula principal. Levá-la até lá em 1957 representou um louvável feito de engenharia. Fundida em Turim, a estátua pode ser vista a quilômetros de distância e ainda hoje, com os muitos arranha-céus na cidade, continua sendo um marco importante no horizonte da área de Matunga-Wadala.
O interior da igreja é inteiramente revestido em mármore italiano importado, de diversas tonalidades, com listras surpreendentemente simétricas. A arte natural na simetria do mármore é regularmente intercalada com arte criada na forma de painéis retangulares representando as 14 Estações da Via Sacra.
Ainda mais interessantes, são os 15 mistérios tradicionais do Rosário e as cinco cenas da vida de Dom Bosco, imortalizadas nos vitrais, que ficam acima dos painéis retangulares de mosaico. Mais impressionantes ainda são os vitrais do topo do altar-mor, com motivos marianos, da autoria do conceituado pintor italiano Pietro Flavio, de Turim.
Destaca-se também a cripta, que nenhum peregrino pode deixar de visitar. Ao longo de suas paredes, centenas de relíquias de santos antigos e modernos estão encerradas em pequenos cadinhos dourados, juntamente com cinco painéis de mosaico em arco representando diversas cenas da vida de Cristo e Dom Bosco. O ambiente tranquilo e de oração faz com que seja o local preferido de muitos casais que procuram um local tranquilo para casar, num espaço íntimo, embora amplo (pode acomodar confortavelmente cerca de duzentas pessoas).
Para muitos católicos em Mumbai, o Santuário é um símbolo vivo da fé e espiritualidade cristã. Muitas pessoas dizem aos salesianos da obra: “Vocês mantiveram viva uma herança inestimável para nós”.
Mas o maior tesouro são, sem dúvida, os muitos fiéis que se dirigem diariamente ao local para rezar ou participar ndos sacramentos: jovens, idosos, ricos, pobres e até não-cristãos, vão para pedir graças, cumprir um voto, fazer uma ‘oferta’. ...ou simplesmente para ficar em silêncio, longe da agitação frenética da cidade. E talvez os antigos confessionários sejam hoje as melhores testemunhas do número de pecadores que retornaram a Deus graças ao cuidado materno de Maria Auxiliadora.